Quando referi o móvel da minha Bisavó Celeste, a Helka do blog Forma: Plural utilizou a expressão garimpar.
É a palavra que melhor traduz o que faço: recolho objectos antigos, mais ou menos usados, como se fossem pepitas de ouro ou pedras preciosas.
Já falei da feira de velharias no post sobre o mercado de Estremoz.
Mas o meu espírito recolector estende-se a todas as áreas.
Fico especialmente satisfeita quando me oferecem/emprestam roupa de criança com história, como este casaco que já foi usado pela prima Carminho e agora passeia com a Beatriz. Ou o capuchinho azul da Maria João, a filha da Palmira.
Uma confissão: não consigo usar roupa em segunda mão cuja proveniência desconheço.
Apesar de todo este discurso, tenho cá as minhas esquisitices. Talvez um dia lá chegue…
Fico também radiante com prendas como estas da filha da Palmira e da filha da Amélia.
Às vezes sinto-me mesmo uma respigadeira, sobretudo quando recolho o que está condenado ao fim ou quando olho para os contentores do lixo. Foi um hábito que ganhei com um grande amigo e que já me valeu alguns tesourinhos.
Como esta porta-espelho recuperada por ele.
Numa casa antiga e enorme como a de Estremoz encontrei um manancial incrível e, como existem poucos móveis para arrumação, decidi procurar e aproveitar o que já estava abandonado há muitos anos.
As toalhas da Beatriz arrumam-se num cesto que veio da Ilha da Madeira com presentes para toda a família.
Na altura em que se traziam muitas lembranças e os cestos iam no avião sem complicações.
E os sapatos descansam das correrias do dia numa mala muito viajada e que já atravessou várias vezes o Atlântico.
Como só estou há três meses nesta casa “tão grande”, sinto-me uma garimpeira com muito por explorar.
E com esperança de muito “bamburrar”.
Esta expressão foi mesmo para impressionar – “bamburrar” :
Eu também não conhecia!
25 de Fevereiro de 2014 às 1:07
Eu também tenho esta «pancada»! 😉
Há coisas que as pessoas deitam fora que até dói o coração, às vezes só tenho pena de não ter capacidade para aproveitar e «enciclar» mais… E a porta está uma beleza!
25 de Fevereiro de 2014 às 23:36
Também eu! Falta-me o tempo e a arte…
25 de Fevereiro de 2014 às 13:18
Adorei que usou o termo! Garimpar é o que faço desde que resolvi mobiliar meu primeiro apartamento e tomei tanto gosto que virou um vício. Tenho móveis, objetos, toalhas de crochê, quadros com e sem procedência. Gosto de ver isso tudo vivendo junto e gosto quando consigo imprimir um pouco de mim nos móveis. Terapia boa essa tbém! Beijo
25 de Fevereiro de 2014 às 23:42
Helka, aprendo muito com o FormaPlural: são as imagens sempre belas e inspiradoras, mas são também os textos que me atraem – bem escritos, muito interessantes e perspicazes e com um tom tão pessoal que me faz pensar que já conheço a Helka!
E depois a língua, escrita com uma graça que me faz olhar para o mesmo Português com encanto e curiosidade!
Nem todas as pessoas dominam e “capricham” na riqueza vocabular.
Este foi apenas um dos termos!
Há pouco tempo falei com uma amiga brasileira acerca do “criado-mudo” 🙂
Um abraço,
Ana
25 de Fevereiro de 2014 às 16:12
para quem sabe do que gosta e como aproveitar, garimpar, parece ser uma terapia, e uma boa solução independentemente de crises. beijinho
25 de Fevereiro de 2014 às 23:44
“Uma boa solução, independentemente de crises”… é mesmo isso!
Porque antes e após a crise deve haver consciência ecológica e criatividade 😉
25 de Fevereiro de 2014 às 17:45
Ana,
Muito bem !
São tarefas muito engraçadas e que nos fazem bem à ” cabeça”.
Bom espírito !
A mala dos sapatos (tão viajada ) é linda. Muito mais bonita que qualquer actual.
Bom trabalho !
Um beijo ,
José
25 de Fevereiro de 2014 às 23:45
Obrigada, José!
Vou continuar na minha missão!
Agradeço novas ideias 😉
25 de Fevereiro de 2014 às 20:36
Verdadeiros tesouros, Ana! Continua a deliciar-nos com os teus bonitos achados. Beijinhos
25 de Fevereiro de 2014 às 23:45
Chegou aqui um cheirinho a pão!!!
25 de Fevereiro de 2014 às 23:57
eheheh! Tens mesmo que experimentar!!! Beijinho
26 de Fevereiro de 2014 às 0:10
Agora é mesmo uma questão de honra 🙂
26 de Fevereiro de 2014 às 0:29
rs! Ora pois! Passou a ser um desafio! 😉 Beijinho
26 de Fevereiro de 2014 às 11:18
Adorei o cesto de pic-nic. 😉 Sou fanática por eles. Beijinhos