“Le souvenir est le parfum de l´âme” – (George Sand).


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Cheesecake de abóbora com laranja

A última tentação cá de casa.

Deixámos a tarte baklava e ficámos nas 1000 variações do cheesecake da Mafalda.

Confissão: nunca sigo uma receita sem inventar; é uma característica que me afasta completamente da minha Mãe, tão rigorosa e precisa.

A minha Mãe mede ao grama os ingredientes e exaspera-se com as minhas invenções.

Eu, se medir ao grama, sinto-me infeliz…

Resultado: o cheesecake de maracujá da Mafalda chega à nossa mesa muito diferente da criação da Mafalda.

Aliás, eu nem tenho maracujás…

Experiência 1:

cheesecake abóbora paint

A minha receita:

1 pacote de bolachas digestivas, sem açúcar, esmagadas pela Beatriz, com 100 g de manteiga sem sal (amolecida);

2 colheres de sopa de água quente;

1 colher de sopa de gelatina em pó;

sumo de uma laranja;

250 g de queijo mascarpone;

1 iogurte natural;

150 g de açúcar fino

1- Forre a base de uma forma de tarte com papel vegetal.

2-Preencha-a com as bolachas trituradas, comprima e reserve no frigorífico.

3- Dissolva a gelatina em água quente.

4- Bata o queijo, o iogurte e o açúcar, até obter uma mistura cremosa.

5- Junte o sumo de laranja muito lentamente.

6- Adicione a gelatina.

7- Bata e coloque o preparado na forma.

8-Depois de endurecer um pouco no frigorífico, decore com doce de abóbora com laranja Frasco de Memórias.

Os verdadeiros gulosos devem substituir o iogurte por 250ml de natas.

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Mercados

A vida no Alentejo trouxe muitas mudanças e readaptações.

Quase todas boas!

Mas, para quem ia semanalmente a este mercado da Figueira, é difícil viver de peixe de aquicultura.

mercado da figueira

A verdade é que o peixe do mar raramente chega ao interior com este brilho vivaz a que estou habituada.

Temos seguido a receita da Mafalda e acrescentamos aromas alentejanos ao nosso robalo do Pingo Doce.

robalo grande

robalos

Não é a mesma coisa, mas faz-nos lembrar o mar longínquo.

Aproveitamos o forno e assamos abóbora-manteiga do mercado de Estremoz.

Com alho, sumo de limão, coentros, louro, sal e azeite.

Ou, numa versão mais quente, com erva-doce, amêndoas, sumo de laranja e uma colher de chá de mel.

abóbora

Esta abóbora seguiu com casca, mas prefiro descascá-la.

Costumo ainda acompanhar com arroz amarelo, o preferido da Beatriz.

Arroz basmati tingido com açafrão, enriquecido com frutos secos e seco no forno.

Bom-apetite!


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Sonho

Transcrevo, de memória, um excerto de uma entrevista:

Judite de Sousa: Mas vivemos numa democracia.

José Saramago: Acha que vivemos em democracia? Eu não. Sente-se representada por quem nos governa?

Judite de Sousa: …

José Saramago: Acha que os responsáveis políticos têm como objectivo a defesa dos interesses dos cidadãos do seu país?

Judite de Sousa: …

 

No dia em que vivermos numa Democracia, eu rejubilarei.

Para já, é demasiado triste e revoltante pensar quão longe estamos dos ideais de há quarenta anos.

Desejo, do fundo do coração, voltar a comemorar o 25 de Abril!

 


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Dias com Mafalda

O Inverno passou.

As longas tardes chuvosas fizeram parte destes meses cinzentos e eu fui adiando o registo das nossas actividades na cozinha.

Como a Beatriz cresceu!

O  meu bebé é uma menina de três anos que faz questão de ajudar a fazer o almoço… com o mesmo entusiasmo com que brinca com os legos!

Andamos a explorar este livro que eu comprei atraída pelas fotografias (e pela belíssima louça de mesa).

Não tinha uma imagem especialmente simpática da autora; nem antipática…

Para mim, era uma senhora bonita, chef, que escrevia livros de culinária.

O veredicto – cada vez gosto mais do livro: é como se autora nos recebesse em casa, com a simplicidade de quem nos quer agradar. Com autenticidade.

As receitas são fáceis de seguir e mantêm o sabor dos ingredientes!

Etapa 1: escolher o que vamos fazer.

livro de receitas da mafalda

peixe assado receita

Este tem sido um dos pratos mais repetidos, embora com algumas variantes.

livro de receitas abóbora

E a abóbora-manteiga assada no forno também.

Com sal, azeite e orégãos; ou com amêndoas, laranja e mel, …

tarte de baklava

livro de receitas mafalda

A tarte ainda não fizemos mas, em compensação, andamos muito interessadas nuns óculos de sol coloridos para a Beatriz!


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Trouxa Mocha

Trabalhei com a Inês durante um ano.

Até que eu mudei de cidade e a Inês ficou sem trabalho.

Associo sempre a Inês a bonitos cartazes amarelos e à mensagem “Be positive”.

E, desde há pouco tempo, a esta banda sonora.

A Inês é a prova de que o nosso país está muito doente.

Não imaginam como o estado da nossa grande casa Portugal me enche de tristeza.

Pela Inês, por mim, por todos nós, pelos nossos filhos.

A Inês criou o blog Novos Domésticos (um título cheio de simbolismo e ironia) e está envolvida num projecto que pretende recuperar o comércio tradicional e conferir genuinidade ao nosso dia-a-dia, através de produtos portugueses com raiz artesanal.

Conheci a Trouxa-Mocha através da Inês e fiquei completamente rendida.

As boinas.

boinas touxa-mocha

As mantas de pastor… ou de piquenique.

manta pastor

As botas.

botas trouxa-mocha

E a trouxa-mocha.

trouxa mocha

Falta-me visitar a loja em Coimbra, nas míticas escadas do Quebra-Costas, número 18.

Falo da Trouxa Mocha porque conheço a Inês? Claro.

De outra forma, iria demorar mais algum tempo a fazer esta descoberta.

Mas falo sobretudo porque são estes projectos e estes produtos que me fazem ter orgulho no meu país e me ajudam a voltar a acreditar  no futuro.


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Páscoa

A palavra Páscoa está relacionada com a libertação dos hebreus escravizados no Egipto.

A Páscoa cristã está ligada à ascensão de Jesus ao céu.

Porque não tinha pecados.

Porque era filho de Deus.

Porque, acredito eu, se elevou para além da sua condição humana.

Nesta Páscoa, duas palavras: Liberdade e Elevação.

Flor de amendoeira

Votos de uma Páscoa florida!

 


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Festejar

Foi há dois meses o aniversário da Beatriz.

E foi o momento de celebrar.

Todos os dias as notícias contrariam esse espírito: temos de lamentar a crise, os cortes nos salários para pagar dívidas que não contraímos; ouvir pessoas que cada vez merecem menos o nosso respeito e suportar todas as injustiças evidentes de um sistema a que chamam democrático, …

Enfim, uma lista infindável, reveladora da tirania dos números em que vivemos…

Quase esquecemos o essencial: estar vivo e saudável é uma dádiva.

A Beatriz fez anos numa segunda-feira.

Não é dia para festas.

Mas fizemos uma grande festa.

Porque temos de celebrar a nossa saúde.

Todos os dias.

Porque temos de celebrar a companhia das pessoas que nos são queridas.

Todos os dias.

Porque temos de celebrar o facto de sermos amados.

Todos os dias.

Apesar das distracções, das agruras, da velocidade e do cansaço.

Estas imagens não são para exibir a minha felicidade.

São apenas para que eu nunca me esqueça dela.

Aniversário 2014Aniversário2

Nota: é obrigatório celebrar a vida, todos os dias!

Ficamos todos tão mais bonitos a sorrir!

Aniversário4

Aniversário3

Obrigada!


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Cacau

A minha relação com o açúcar não é exemplar.

Na maior parte das vezes não lhe resisto.

E aborreço-me porque o doce é só uma compensação imediata para um dia mais cansativo ou atribulado.

E sei disso e não lhe resisto.

Procuro muitas vezes alternativas que me satisfaçam mas que não prejudiquem a minha saúde e não me engordem.

A minha última descoberta: sem açúcar!

É a latinha aqui em cima!

Daqui!

Nem sei bem como chegou cá a casa, mas só tem um ingrediente: cacau.

O problema?

bolo e cacau

bolo e cacau2

Gosta de estar bem acompanhado!


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Adoração

Quando a Beatriz nasceu, acordava a meio da noite e acendia a luz só para contemplar as minúsculas narinas ou a forma das sobrancelhas ou as curvaturas das orelhitas.

Chegou o Verão, a Beatriz fez seis meses, e eu fiquei encantada com os cotovelos.

Fui passando pelas unhitas dos pés, pelos nós dos dedos das mãos, pelo desenho da boca, pelos dentes incisivos, pelos pulsos, …

E demoro-me a olhá-la todas as noites antes de apagar a luz.

Agora, anseio pelo Verão, porque a minha última fixação são os joelhos.

Adorações

Trouxe a adoração de outra Mãe, porque neste momento os joelhos da Beatriz são um tesouro que não consigo partilhar.

Em relação a esta e muitas outras adorações, dúvidas, receios, insatisfações e frustrações (às vezes quase diárias: todas!), tenho-me focado nesta lição e nos textos da Mãe destes joelhinhos.

adorações

Porque, apesar de toda a felicidade, há dias difíceis!


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Na Feira

 

Antes de começar a XIV Feira de Doçaria Conventual e Tradicional de Portalegre:

Antes de começar 2

Os Frascos de Memórias e os doces conventuais Da Cozinha d´Avó Ana.

Dois frascos Ana

A mesa ♥

Banca da Ana

E a freira simpática.

Antes de começar

A Feira em movimento:

Banca em movimento

Dois momentos:

– Que guapísimas!

-Não percebi… aquele senhor de rosa-choque acabou de gritar-nos o que eu ouvi?

-Foi…

(Tal foi a perplexidade das nossas caras que, dois minutos mais tarde,  o senhor pediu-nos desculpa pela estridência embora, ignorando o nosso embaraço, tenha reiterado a opinião inicial).

banca em movimento2

Conversa em inglês entre uma família inglesa e o meu doce de laranja:

-É Orange marmalade, mas melhor; mais suave e macio!

-O ingrediente que faz a diferença: mel da Serra d´Ossa.- Intervim eu, num inglês rebuscado.

E o magnífico convento de São Bernardo.

O convento

convento 2

Convento

Disseram-me que a primeira feira nunca é um rotundo sucesso.

No meu caso, confirmei a previsão: fiquei feliz com o facto dos meus doces terem sido muito apreciados, mas não vendi os cem frascos que levava.

Aprendi muito e percebi que, numa feira, tenho de diversificar a oferta: as bolachinhas que dei como agradecimento a quem me comprava os doces, ter-se-iam vendido muito bem.

Só faltam as mãos das mais guapas feirantes: as da Ana e a s da Beatriz.

A feirante mais gira

Que teria gritado o senhor espanhol se tivesse visto a Beatriz?

Panfleto Frasco de M

Placa