“Le souvenir est le parfum de l´âme” – (George Sand).


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Cravo-da-Índia

O cravo-da-Índia foi a estrela do Verão no meu quintal.

Cravos da índia ou cravos túnicos

Cumpriu na íntegra as suas funções:

-Atraiu muitos insectos; controladores de pragas e polinizadores;

-Deu cor à casa;

cravo da índia no bule

-Perfumou-me as mãos (é incrível o perfume desta flor!);

cravo da índia na jarra

-Clarificou-me os pensamentos… enquanto compunha dezenas de jarras e frascos.

A casa num caos e eu a fugir para o quintal, a cortar flores amarelas e a concentrar-me nesta obra perfeita da Natureza.

 

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Acompanhar

A Dina é Mãe do meu querido … sobrinho-neto (!!!) e pediu-me para partilhar algumas receitas.

Fiquei atrapalhada, porque me sinto uma principiante perante a minha família do Alentejo.

Quer dizer, exceptuando as compotas, as bolachas as granolas não alcanço muito crédito na cozinha.

Talvez sejam inseguranças de quem não sabe fazer um bom cabrito assado ou umas migas alentejanas…

Dois acompanhamentos de que gosto muito e que fiz durante meses com o que o quintal me deu, mas que se pode fazer em qualquer altura, depois de uma visita ao supermercado.

 

Beringela grelhada com orégãos

Beringelas grelhadas com orégãos

1- Corto a beringela às fatias e tempero-a com flor de sal (como nasci a 20 metros do mar, tem mesmo de ser);

2- Meia-hora mais tarde, passo as fatias por sumo de limão e sai, assim, o excesso de sal;

3- Grelho;

4- Corto aos pedacinhos numa tábua de cozinha;

5- Misturo-os numa taça com azeite, vinagre balsâmico, alho e orégãos.

 

Tomate-cereja com alho e manjericão

Salada de tomate cereja

1- Na altura em que tirei a fotografia ainda cortava os tomates ao meio, mas era um aborrecimento e lembrei-me do Jamie Olivier.

Ele rebenta os tomates com os dedos. Gosto da tática e do efeito: os sabores misturam-se muito mais.

2- Coloco o tomate numa taça já temperada com azeite, vinagre balsâmico, flor de sal, alho e manjericão.

 

Duas ideias de uma complexidade sem limites… mas que realçam o verdadeiro sabor do ingrediente principal!

As minhas favoritas!

 

 

 


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Aprender

Ter uma horta é uma constante aprendizagem:

dos ciclos da Natureza;

da fragilidade/dificuldade do equilíbrio que queremos atingir na horta (e na vida)…

e de nós próprios.

Cuidar da horta é cuidar de nós, porque zelamos pela qualidade do nosso alimento e porque entretemos as mãos,

mas soltamos o pensamento para grandes conversas com as sementes e com as flores.

Durante o Verão, os meus pensamentos cheiraram a manjericão e cravo-da-Índia.

 

O que  aprendi e vou colocar em prática na próxima Primavera?

-Mais canteiros de flores;

-Mais feijão-verde anão;

feijão verde anão

-Mais beringelas;

beringela

-Mais variedades de tomates;

tomate cereja

-Menos courgettes: são muito exigentes para um quintal pequeno;

courgette

-E, por fim, mais pezinhos na horta: aproveitar e parar nos vários bancos feitos no século em que havia Tempo.

pezinhos na horta


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Beleza Pura

Os brancos multiplicam-se.

Mais do que os da  minha Mãe.

E eu estranho-os e estranho-me.

O meu corpo está diferente.

Já não posso comer tudo o que quero (quer dizer, até posso, mas pago a factura… volumosamente).

Surpreendo-me, com frequência, com o aspecto das pessoas que estudaram comigo no Liceu.

O que lhes aconteceu?

Bem, quanto a mim, distraí-me e entraram pela frincha da porta quase 40 anos.

 

Aos 20, a Beleza é pura, fera, luminosa, deslumbrante.

Incontornável.

É um cliché em que só acreditamos quando já a deixámos para trás.

Mas é uma aparência incompleta, porque é, naturalmente, superficial.

Porque é uma Beleza povoada de insegurança, inquietação e leviandade;

o que até lhe dá graça, mas retira-lhe densidade.

Caroline_DeMaigret beleza the coveteur

 

Todos somos obviamente belos aos 20, mas poucos continuam verdadeiramente belos nas décadas seguintes.

Também é cliché, mas hoje procuro a verdadeira Beleza, aquela que é estruturada pela serenidade, pela dignidade, pela autenticidade, pela profundidade e pelo saber.

Essa nunca pode estar nos 20.

Encontro-a apenas num olhar intenso, num gesto inesperado, numa frase surpreendente, numa atitude admirável, … que torna o seu autor/autora irresistível.

A imagem é do blog : The Coveteur.

 

 

 

 


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Portugal in Alta

Apesar da pausa informática, foi um Verão repleto de novidades.

Desde que o Frasco de Memórias nasceu, sempre desejei que estivesse presente em três locais: Coimbra, Lisboa e Alentejo.

Coimbra e Alentejo por motivos afectivos e Lisboa por razões estratégicas.

Começámos pelos afectos.

Estamos na nova loja Portugal in Alta, no mítico Quebra-Costas de Coimbra.

vitrine Portugal In Alta

Aconteceu.

A Andreia é tão positiva que nos conquista imediatamente com um sorriso aberto.

E eu acreditei totalmente nela e ela confiou em mim.

Portugal in Alta vitrine

E foi assim que os Frascos de Memórias saíram do Alentejo e estão disponíveis na minha Coimbra do coração.

Frascos de Memórias Portugal in Alta

Ali, naquelas escadas que eu subi tantas vezes, perto da Sé onde eu ouvi a minha primeira Serenata e na cidade onde eu me apaixonei pela Literatura e fiz amigos para a vida: de papel e de corpo e alma.

Por todos estes motivos e também por estarem tão bem rodeados, os Frascos de Memórias justificam uma visita ao Portugal in Alta.

Portugal in Alta

Visitem-nos e mandem-lhes saudades minhas!

 


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Encantos

Fazer e aprender.

Uma, duas,… cem vezes.

Com dedicação e prazer.

Há muitos anos… ou desde sempre.

É o grande segredo dos doces e compotas Frasco de Memórias.

Válido também como lema para uma vida feliz.

Ter à disposição ingredientes de qualidade, como estes que me encantaram, também do ponto de vista estético, é o outro segredo.

tomate maçã metade

Para os doces e compotas Frasco de Memórias.

tomate duas metades

Para uma vida feliz.

E foi num fim-de-semana de encanto que regressou o nosso clássico de sucesso: Doce de Tomate com Cravinho…

com muitos tomates maduros, perfumados e perfeitos (o que nos permite uma redução significativa de açúcar), cravinho, limão e canela.

Começámos assim.

tomates na bacia

Terminámos assim.

Doce de tomate com cravinho

Claro que esta última fotografia é do Sérgio Azenha!

 

 


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Moldar

Uma boa medida para avaliar o nível de consumo de uma sociedade é analisar as despesas familiares no mês de Dezembro.

Outra é verificar como os comerciantes antecipam a publicidade de Natal: às vezes estamos num Outubro quente e começam a pulular os gorros de veludo vermelho.

Agora que existe o Frasco de Memórias, adivinham quando é que tivemos de pensar no “look” de Natal?

Agosto!

Com barro e muito sol alentejano, enchemos tabuleiros de estrelas e corações.

Estrelas de Natal 2014

Para muitos gestos simbólicos, mas que se querem bonitos e deliciosos!


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Pintar

Os planos para as férias eram estes, mas de repente o verde escuro da parede da sala de visitas/meu escritório tornou-se insuportável.

Claustrofóbico.

E a alcatifa castanha deixou-me inquieta.

E os rodapés castanhos e as portadas amarelas não paravam de angustiar-me.

Testemunhos da decoração dos anos 70, demasiado sombria e sisuda, onde parecia impossível permanecer alegre.

Então, as férias, que eu queria calmas, foram muito movimentadas com todos os objectos da casa a procurarem o seu lugar durante semanas… (ou meses).

A verdade é que tenho muitas ideias, mas o meu problema de desorganização e desarrumação conseguem enlouquecer-me… e a quem me rodeia.

Contei com a ajuda preciosa destas duas pintoras… para a desorganização… e para manter o espírito positivo e o sorriso.

Pinturas 1 pintar de branco uma parede escura

E a parede verde contou com duas demãos de isolante e cinco de tinta branca Profitinta.

Pintur de branco uma parede escura

À terceira demão continuava a ver a sombra escura da parede e desanimei, mas a Dona Tomásia:

-Vai ficar bem, acredite!

Ficou!

A sala duplicou de tamanho e, à noite, as luzes da Praça invadem a casa.

Pinturas 3

A alcatifa escondia este chão magnífico que, depois de encerado, ficou assim.

chão antigo encerado

Todas as portas foram pintadas por mim com esmalte aquoso para madeiras e metais – branco acetinado.

Dica excelente da D. Tomásia.

Gastei (muito!) no esmalte aquoso mas poupei em lixas, embora tenha ganho um calo enorme no dedo da “pinceleta” (gíria de quem anda nestas lides).

Portada antiga branca

Faltam prateleiras, mesas, cadeiras, candeeiros e molduras,… mas começámos muito bem com esta Singer da Mãe da Avó Silvana!

Singer antiga


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Adultos

– Mãe, como são as tuas birras?

– Eu não faço birras; quer dizer, só raramente. Os adultos não fazem muitas birras.

– Tu és um “cadulto” alguma vez?

– Beatriz, eu sou um adulto; tu és uma criança.

– Ah!

 

Eu sei que sou a “Mãe Pequenina”, mas também sou a “Mamã Coelho” e a “Mamã Tigre” … e  fiquei espantada.

Ou não…

Kourtney_Kardashian- the coveteur criança

 

O meu amigo do coração, Mário, costuma dizer:

– Somos todos adultos, até vivermos uma crise amorosa. Aí surge toda a nossa infantilidade.

 

Pelos vistos, há pessoas a quem surge todos os dias.

 

A verdade é que a “Mãe Pequenina” precisa frequentemente de colo e pergunta-se (também com demasiada frequência):

– O que faria a mulher “verdadeiramente adulta que eu gostaria de ser” numa situação destas?

É bom manter a ingenuidade da infância, mas às vezes há surpresas:

definitivamente há dias em que não estou preparada para o mundo dos adultos.

 

A senhora “tão bem sentada”, com as orelhas do Rato Mickey, é Kourtney Kardashian, no blog The Coveteur.