“Por cada ecrã que se acende, há uma janela que se fecha.”
Passei 20 anos da minha vida sem telemóvel, sem computador, sem internet… e com pouca televisão.
Tudo mudou e foi bom.
O mundo abriu-se; tornámo-nos cidadãos do mundo… e deslumbrámo-nos.
Até que se instalou a ditadura do online.
Quando a Beatriz tinha 8 meses, o meu telemóvel avariou: fiquei numa angústia, com medo de sair de casa sem telemóvel e com um bebé.
Durante meia-hora, andei pela casa.
Até que pensei na minha Mãe, nas minhas Avós, nas minhas Tias e nos bebés delas… e ultrapassei esse medo irracional.
Fiquei duas semanas sem telemóvel e senti-me, surpreendentemente, mais livre.
A partir desse momento, a minha relação com o telemóvel alterou-se.
Por vezes, fica em casa; muitas vezes toca e eu não atendo: porque não o ouço, porque não posso, porque não quero atender!
Atender é uma opção.
A minha luta mais recente:
rejeitar Internet no telemóvel.
O meu tarifário contempla-a, mas o meu equilíbrio não.
A minha relação com a Internet já não é das mais saudáveis.
Não quero torná-la doentia.
E agora, para ficar bem claro, que nasci no século XX;
que, para mim, as palavras ditas ainda são mais válidas do que as palavras escritas;
que um texto manuscrito é tão válido como um texto em Word;
que o uso do computador só faz sentido se nos facilitar muito a vida;
que as fotografias só são marcantes se estiverem nas minhas mãos;
que a troca de olhares e de abraços são o meu oxigénio;
que temos de viver como faz sentido para nós;
a minha Agenda Comercial.

A minha Mãe tentou… muito; com grelhas Excell simples e práticas, com conselhos e tabelas de créditos/débitos, mas eu só passei a ter tudo registado e organizado quando comprei esta agenda.
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