A Obax veio connosco da Feira do Livro de Estremoz.
Assim, cheia de pressa para chegar a casa e conhecer-nos.

Aprendi muito com este livro do nosso querido André Neves.
Aprendi que, para além de um ilustrador excepcional, André Neves cria narrativas maravilhosas: no sentido literário da palavra – mistura o real com a fantasia de uma menina somali.
Aprendi como se diz “flor” em Somali: Obax.
Aprendi a deixar-me levar pela mão da Beatriz e vi que a Obax também faz iogurte.

Que vive num local mesmo bonito e amarelo, a cor favorita da Beatriz: o sítiol ideal para partilhar histórias.

Vi que a Obax come granola.

-Ah! Também come granola como nós, já viste?
-Pois é.
-Que estranho!
-Estranho, porquê, Beatriz?
-Porque ela é muito diferente.
-Achas? O que é que tu achas diferente?
-O nariz; não é como o nosso.

Fiquei tão feliz por ver que a minha filha se acha tão próxima das meninas somalis; excetuando o pormenor do nariz nada a espantou.
Nem o facto da Obax andar num elefante!

Nem o facto de Obax dar a volta ao mundo à procura de uma chuva de flores.
Não andámos todos durante a nossa infância?
Nos bons dias, ainda andamos, depois de crescidos.
E como se chamam as bolinhas do cabelo da Obax?
Birotes.

Quanto à chuva de flores, ela caiu, quando “milhares de pássaros surgiram a riscar o céu da savana”.
O que é que eu tenho de fazer para encontrá-la nos meus dias?
Olhar mais para o céu e encontrar a chuva de flores que ainda vive em mim.
As personagens de André Neves são tão marcantes que, para além de nos ensinarem, tornam-se referências cá em casa.
Da editora Paleta de Letras.
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