Durante três décadas vivi convencida de que herdara o metabolismo do meu pai: era magra.
Engravidei, engordei, emagreci… sem esforço.
Até que, num ano de muitas mudanças e adaptações, engordei e não emagreci, ao contrário do que sempre acontecera.
O que me engordou?
Obviamente, as quantidades de comida, superiores ao meu hábito.
E por que razão comia?
Porque tinha fome.
E por que razão tinha mais fome do que o normal?
Porque, à velocidade em que andava, o meu sensor de saciedade encontrava-se desligado.
Tive de parar e reflectir: aprendi mais sobre mim e conheci o meu corpo e a minha mente.
Quando estou cansada procuro a comida.
Quando estou insegura procuro a comida.
Quando estou ansiosa procuro a comida.
Quando me sinto em stress procuro a comida.
Penso que é uma forma primitiva de compensação:
de mostrar a mim própria que vou sobreviver; ou que estou a ter o gesto primordial para sobreviver: alimentando-me.
Tenho-me observado e tenho observado muitas mulheres com excesso de peso:
mães, profissionais, donas de casa, que andam a grande velocidade, cansadas e sem tempo para olhar para elas.
Porque querem ser perfeitas e, se for preciso, são as últimas da lista.
É verdade que não reagimos todos da mesma maneira,
algumas pessoas conseguem deixar o que não interessa e conseguem equilibrar-se bem;
outras refugiam-se num outro vício que não é o açúcar.
No meu caso, o diagnóstico está feito e é um princípio.
Sinto que, a partir de agora, a minha relação com a comida não vai voltar a ser a mesma e será sempre uma luta em busca de equilíbrio.
Perdi quatro quilos, mas o fundamental é que sinto que controlo o que estava descontrolado.
Mais importante do que perder ou ganhar quilos é sentirmo-nos tranquilas.
E eu ganho peso quando não estou em equilíbrio e isso é mesmo o mais grave.

Também descobri que caminhar e correr (uns minutinhos) me acalma muito.
Faz com que chegue a casa mais tarde é certo, mas “revitalizada”, dizem os olhos que me vêem entrar.
O que me permite ser uma melhor pessoa e, consequentemente, melhor mãe.
Companheiros para esta caminhada: artigos como este.
A imagem é do mesmo blog.
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