Não há Sábado sem Sol…
nem sem Mercado.
Desta vez, regressámos a casa decididas a ter passarinhos no quintal.
Pintámos um ninho.
Preparámos o almoço.
E fazemos figas para que um jovem casal queira viver connosco.
Não há Sábado sem Sol…
nem sem Mercado.
Desta vez, regressámos a casa decididas a ter passarinhos no quintal.
Pintámos um ninho.
Preparámos o almoço.
E fazemos figas para que um jovem casal queira viver connosco.
Num dos blogs de moda de que gosto: Missmoss, Dustjacket ou Honestly WTF, Mother, já não sei qual,
vi esta fotografia como uma das tendências do momento.
Vinha acompanhada por uma advertência: procurar um cabeleireiro de qualidade, para fazer a mistura de tintas adequadas para este efeito.
Fiquei espantada: e que tal esperar bem afastada de tintas?
Acredito que o meu cabelo venha a estar assim antes de eu chegar aos setenta;
acredito que vou gostar de usá-lo assim solto com uma camisola preta;
acredito que não vou ter assim as mãos,
mas acredito que vou gostar de sentir o meu cabelo macio, livre de tintas.
Anda qualquer coisa de estranho a passar-se connosco:
-queremos sempre o que não temos, nem que sejam as características que ainda vamos ter (neste caso os cabelos brancos);
-somos completamente incapazes de esperar pelo que quer que seja:
esperar 5 minutos por alguém é impossível sem o bombardearmos com sms;
aguardarmos a nossa vez no supermercado ou em qualquer lugar exaspera-nos;
vermos um anúncio de segundos antes do filme que descarregarmos no youtube põe-nos o cabelo em pé…
pretendemos antecipar o tom de cabelo que há-de vir embelezar-nos naturalmente.
E assim andamos corremos!
A cana-de-açúcar nasceu na Índia e já surge referida em manuscritos chineses no século VIII a.C.
Na Europa, usávamos o mel como adoçante até que, graças aos árabes, conhecemos o açúcar.
Imagina-se a revolução gastronómica que se deu com esta novidade.
Inicialmente conotado como produto farmacêutico, era usado nas sopas e nos assados, no peixe e nos legumes.
Até que foi considerado de “bom tom” usar o açúcar apenas nos ovos, cerais, frutos, café, chá e… chocolate!
Ficou-nos desta inovação muitas influências culinárias árabes como o maçapão (até na própria palavra de origem árabe!).
E, em Portugal, por onde entrou o açúcar?
No Alentejo, foi pelas cozinhas dos conventos, mesmo quando ainda era muito raro e caríssimo!
Como entrava nestas casas monásticas?
A resposta fica a cargo da nossa imaginação menos ingénua…
e também do facto de muitas monjas pertencerem a famílias abastadas!
Foi o que aconteceu em todos os conventos do País…
ou “Portugal não tivesse sido o país dos frades e das freiras e não fossem essas duas camadas de gente reverendíssimos gulosos e cardinalíssimos glutões.” (Fialho de Almeida)
“O serviço de boca nos conventos tinha muito que se lhe dissesse!
No refeitório havia tantos êxtases como na capela.” (Júlio César Machado)
Retirei muitas destas informações (e estas duas últimas expressivas citações) do artigo de Manuel Gonçalves da Silva, À mesa, Visão História, e lembrei-me imediatamente da premiada doceira conventual, a Ana.
E da nossa participação na Feira Medieval de Estremoz.
Uma participação avant la lettre porque só no final da Idade Média é que o açúcar se foi expandindo, embora continuasse a ser raro e ligado às boticas.
Agora que está entre nós, vejam o cardápio da Ana.
“Nunca comam algo que a vossa avó não reconhecesse como comida”, de Michael Pollan, é uma das frases que inspirou Cláudia Villax.
E é a frase que mais vezes me ocorreu ao folhear este livro.
Para além do cheiro a longas tardes de Verão!
No quintal:
Li com atenção todas as dicas que a autora vai partilhando e que aprendeu na horta biológica de Marvão e no Olival do “Azeitona Verde“; nos livros; nos blogs e artigos… e com os vizinhos.
A segurelha foi já uma das minhas melhores aquisições.
E este esquema é um Borda d´Água resumido.
Na cozinha:
Fiquei com muita vontade de experimentar vários Pestos, para além do básico de Manjericão.
E juntar-lhe batatinhas novas!
O Crostini de Pão Alentejano também já anima estes longos e quentes fins de tarde de Verão alentejano aqui por casa.
Assim como o gelado de Alfazema.
Muitos Sumos para celebrar os trinta graus!
É um livro que se impõe pela simplicidade e que eu gosto de folhear na cadeira do quintal.
Mais informação acerca do livro e da autora: aqui.
II Feira Medieval de Estremoz
Passar um fim-de-semana a tentar entrar no dia-a-dia de uma mulher medieval, ainda que seja com a leveza de um “faz-de-conta” faz-nos pensar:
1- encontrar a indumentária certa é logo o primeiro obstáculo:
não queria ser freira nem vestir uma máscara; queria ser a Ana que podia ter vivido há cinco séculos – do povo e delicada. A mãe de uma amiga querida teve uma formação em vestuário medieval e emprestou-me um vestido lindo: com os materiais, corte e bordados da altura.
2- quanto ao cabelo, optei por ser uma rapariga solteira, com o cabelo solto e descoberto e uma grinalda de flores: discreta, como disse a minha amiga Ana, uma vez que já somos umas solteiras “entradotas”…
3- optar por uma postura feminina em S, achei melhor passar, a bem da minha coluna.
4- estar longe de carros, computadores, máquinas, música gravada e relógios foi fácil e libertador.
5- resistir aos 35ºC foi difícil… e pensar que na altura o banho diário não era comum e que a água não estava acessível, sobretudo nas casas do povo, foi aflitivo.
6- observar a nossa “capa exterior” tão fina de seres civilizados fez-me pensar que sempre devem ter existido pessoas rudes e grosseiras e pessoas delicadas. Haverá assim tanta diferença? Se sempre achei que sim (e no fundo ainda acho…) a partir das 23:00h comecei a duvidar.
A maldade existe e sempre existiu no Mundo, assim como a bondade. Parece é que, hoje, os maus já não gostam tanto de sujar as mãos.
Seja como for, muitos de nós (gosto de pensar que a maioria de nós) evoluíram enquanto seres humanos e cidadãos.
A nossa banca em preparativos.
A nossa banca em observação.
As feiras têm a vantagem de nos proporcionarem felizes encontros e muitas conversas agradáveis.
Estive muito bem acompanhada pela melhor doceira conventual que conheço: a Ana (que agora é Quase Pecado) e que arrecadou dois Prémios na Feira Conventual de Portalegre:
O melhor doce conventual: Fartes!
A menção honrosa: rebuçados de ovo de Portalegre!
Mais um fim-de-semana irresistivelmente doce!
As fotografias 1, 3, 5,6 e 7 são da Câmara Municipal de Estremoz.
Convite:
No próximo fim-de-semana, vamos estar no Festival da Rainha, em Estremoz.
É uma excelente oportunidade para passearem por Estremoz e conhecerem algumas delícias da região.
Claro que contamos com uma visita à nossa banca!
Chegou ao fim o desafio!
Ou talvez seja só o princípio…
Portei-me melhor nos primeiros dez dias: toda cumpridora e a anunciar solenemente ao mundo que estava num desafio muito importante.
Depois, tudo se complicou: duas feiras deliciosas e a minha determinação sempre a ser testada.
De facto, retirar totalmente o açúcar da nossa vida é difícil, obriga-nos a uma dieta muito restritiva e tudo o que nos rodeia está sempre a testar-nos:
O que fazer quando nos caem Oreos no colo?
O que fazer quando estamos rodeados por guloseimas e pela oportunidade de provarmos delícias invulgares?
O que fazer quando andamos num stress feliz a fazer granolas, bolachas e compotas, na cozinha, horas a fio?
Bem, lá fui prevaricando…
O que ficou:
agudizou-se a minha consciência – penso que automatizei a necessidade de ler rótulos assim como a devida pausa antes de devorar uma doçura.
Continua a minha irracionalidade perante os terríveis Oreos que me caem no colo!
O que trouxemos da Avó Rosa para plantar no nosso quintalinho:
Alface; cebolinho, tomate cereja vermelho, amarelo e preto (!!!), calêndulas e pimento!
O que gostaríamos de ter trazido:
Rega gota-a-gota!
E um quintal todo florido!
Tabuleiros de cultivo!
É todo um outro sistema operativo!
Ganha-se muito em controlo de pragas, ervas-daninhas, rega e, claro, ergonomia!
O que temos para mostrar do nosso quintalinho Spectrum?
As alfaces astronautas estão farfalhudas.
E as couves também!
E temos muitas plantinhas bebés que, acreditamos, vão dar que falar!
A temperatura sobe e chega aquela altura em que já não aguento as cores e os modelos de Inverno.
Se na estação do frio o roupeiro, invariavelmente, se enche de preto e beringela, com o calor não visto preto nem beringela.
Nunca.
Pensando bem, não deixo de ser monocromática: muito branco.
E, como sempre, muitos vestidos.
Estas imagens do meu Verão são Miss Moss e DustJacket e Honestly.
A Feira dos Sabores de Ponte de Sor foi uma revelação:
– muito movimento;
– muita autenticidade;
– muita curiosidade;
– muitos sorrisos;
– muitas vendas (a melhor Feira de sempre!);
– uma nova e querida parceria: Paula Lúcio, Maria Bombom;
– um novo fornecedor de mel: Calatróias;
– um novo talento da minha sócia: a sericaia e o bolo de gila.
– muito dinamismo cultural: Teatro da Terra de Maria João Luís.
– muita vontade de preservar tudo o que é genuíno e parte do património cultural da região: Associação Nova Cultura.
Obrigada pelo convite e pela oportunidade!
E uma confirmação:
– a minha sócia e amiga Cristina Gonçalves é, felizmente, muito diferente de mim (o que nós resmungámos e rimos!) e é, sem dúvida, uma das pessoas mais íntegras que conheço;
– a filha da minha sócia é completamente amorosa e uma excelente companheira de vendas e de viagem;
– as Feiras são cansativas mas muito divertidas quando estamos em boa companhia!
espaço reservado a desabafos tipo assim um bocadinho "crazy" "or not"
I traditori onesti
I make things. So can you.
Sara no mundo da Etnobotânica - O Homem e as Plantas
Vida na República Tcheca e viagens independentes pelo mundo
Coma Bio, sinta-se em forma.
Investigação, ensino e debate sobre temas queirosianos
por Lunna Guedes
de Inês Nogueira
Releitura do viver bem
a space between sewing, motherhood and photoblogging