O mês de Janeiro tem-se revelado miserável; eu fui a Mariana do calendário Beija-flor: com demasiado peso às costas.
Não sei se é sinal de envelhecimento, mas nos últimos anos faço o balanço da vida em Janeiro e fico focada nos pontos negros:
no que não atingi, no que não resolvi, nas dores que povoam o meu coração, nas pessoas ausentes.

Este pessimismo não costuma dominar no resto do ano (sou mais de andar com o pássaro azul do coração irrequieto), mas em Janeiro instala-se.
Olhando o calendário Beija-flor como premonitório, talvez o Fevereiro se revele mais fluído, embora não me tranquilize a expressão zangada deste peixe.

Em Março, talvez se concretizem os conselhos do meu Pai:
-Não vais conseguir resolver todos os problemas de uma vez: se tentares apenas vais ficar mais ansiosa…
Começa por um nó; e nem tem de ser o prioritário, apenas o mais fácil ou oportuno.
De resto, entra no espírito alentejano: há assuntos que são para resolver mais devagar.
Tem cuidado: tu, que não vives com os pés neste planeta, não fiques, de repente, hiperlúcida!

Junho, sim, palpita-me: cabeça com ondas do mar, livros e mochilas!
E o conselho da minha prima:
– É essencial que delineies programas sem a Beatriz: tens de falar contigo, falar com os outros, pensar, ler, ver para além da tua filha ou corres o risco de tornar-te pouco interessante.
Preciso de dizer que conto pelos dedos das mãos os programas que fiz sem a Beatriz nos últimos (quase) cinco anos?
Em contrapartida domino o cartaz de cinema infantil como ninguém!

O Calendário O Beija-flor , para além de belíssimo, é poderoso e está à venda aqui.
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