“Le souvenir est le parfum de l´âme” – (George Sand).


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Presentes para a vida

O que pensa um amigo quando nos vê sem a alegria habitual?

Apenas numa coisa:

– Como pode ajudar-nos?

Não julga, não procura dar conselhos “todos sábios” para resolver a nossa vida, não quer saber todas as razões, …

Presentes para a vida

Fala-nos da Teoria da Relatividade e envia-nos presentes para a vida:

  • Sal: para temperar a vida q.b., sem esquecer as minhas origens;
  • Corações de limão e açúcar: o doce e o ácido da vida diária;
  • Uma carta para aquecer o meu coração com o melhor remédio de todos: a Amizade.

E assim se vai vencendo a distância geográfica…

E assim vou inundando a minha alma de sol…

E assim vou aprendendo o sentido pleno de palavras que pensava que já dominava.

Obrigada, amiga ♥ !

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Se eu fosse muito pequenino

Se eu fosse muito pequenino capa

Um livro da Biblioteca que começámos a “ler” antes de o folhearmos:

-O que é que tu farias se fosses muito, muito pequenina, Mamã?

-Eu ia no bolso do teu bibe contigo para a escolinha, claro!

Se eu fosse muito pequenino bolso do pai

Se eu fosse muito pequenino festa

Ou, como o protagonista do livro, podia convidar insectos pequeninos e simpáticos para jantar.

E tomar banho no dedal da Bivó ou num búzio.

Se eu fosse muito pequenino banho no dedal

Assim, com este ar todo satisfeito.

Se eu fosse muito pequenino búzio

Se eu fosse muito pequenino ninho de andorinha

Ou esconder-me da Mãe!

Se eu fosse muito pequenino mãe

De António Mota, faz parte de uma coleção que apetece mesmo fazer.

As ilustrações são do Pato Lógico André Letria.

Editora: Gailivro.

E tu, o que farias se fosses mesmo, mesmo pequenino?

 


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Conselhos

O mês de Janeiro tem-se revelado miserável; eu fui a Mariana do calendário Beija-flor: com demasiado peso às costas.

Não sei se é sinal de envelhecimento, mas nos últimos anos faço o balanço da vida em Janeiro e fico focada nos pontos negros:

no que não atingi, no que não resolvi, nas dores que povoam o meu coração, nas pessoas ausentes.

janeiro_mariana_miseravel beija-flor

Este pessimismo não costuma dominar no resto do ano (sou mais de andar com o pássaro azul do coração irrequieto), mas em Janeiro instala-se.

Olhando o calendário Beija-flor como premonitório, talvez o Fevereiro se revele mais fluído, embora não me tranquilize a expressão zangada deste peixe.

fevereiro_heymikel

Em Março, talvez se concretizem os conselhos do meu Pai:

-Não vais conseguir resolver todos os problemas de uma vez: se tentares apenas vais ficar mais ansiosa…

Começa por um nó; e nem tem de ser o prioritário, apenas o mais fácil ou oportuno.

De resto, entra no espírito alentejano: há assuntos que são para resolver mais devagar.

Tem cuidado: tu, que não vives com os pés neste planeta, não fiques, de repente, hiperlúcida!

marco_ana_seixas

Junho, sim, palpita-me: cabeça com ondas do mar, livros e mochilas!

E o conselho da minha prima:

– É essencial que delineies programas sem a Beatriz: tens de falar contigo, falar com os outros, pensar, ler, ver para além da tua filha ou corres o risco de tornar-te pouco interessante.

Preciso de dizer que conto pelos dedos das mãos os programas que fiz sem a Beatriz nos últimos (quase) cinco anos?

Em contrapartida domino o cartaz de cinema infantil como ninguém!

junho_maria_helena

O Calendário O Beija-flor , para além de belíssimo, é poderoso e está à venda aqui.


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Pássaro azul

Nos dias malditos,

um poeta maldito:

O Pássaro Azul

Há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro para ele,
e digo, fica aí dentro,
não vou deixar
ninguém ver-te.
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu despejo whisky para cima dele
e inalo fumo de cigarros
e as p… e os empregados de bar
e os funcionários da mercearia
nunca saberão
que ele se encontra
lá dentro.
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro para ele,
e digo, fica escondido,
queres arruinar-me?

[…]
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado esperto,
só o deixo sair à noite
por vezes
quando todos estão a dormir.
digo-lhe, eu sei que estás aí,
por isso
não estejas triste.
depois,
coloco-o de volta,
mas ele canta um pouco lá dentro,
não o deixei morrer de todo
e dormimos juntos
assim
com o nosso
pacto secreto
e é bom o suficiente
para fazer um homem chorar,
mas eu não choro,
e tu?

Charles Bukowski, The Last Night of the Earth Poems, 1992.

Mouni Feddag

Porque há dias em que também não sei bem o que fazer ao meu pássaro azul…

Porque há dias em que até tenho medo que ele morra sufocado no meu peito…

Porque há dias em que receio que o matem se o ponho à solta…

Meu pobre pássaro azul!

(Hoje é o “blue monday” : o dia mais triste do ano – ciência ou superstição que não auguram nada de bom para a terceira segunda-feira do mês de Janeiro de cada ano)…

Imagem de Mouni Feddag.


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Notícias

Desde que o ano começou, tenho procurado apenas escrever acerca do lado bom da vida, da humanidade e do mundo.

Desde que o volume de refugiados aumentou, desde os ataques de Paris, hesito sempre antes de ligar o rádio ou abrir os jornais no computador.

O plano de combate ao terrorismo do primeiro-ministro italiano, não sendo a solução, apazigua-me um pouco:

“Eles imaginam terror, nós respondemos com cultura.

Eles destroem estátuas, nós amamos a arte.

Eles destroem livros, nós somos o país das bibliotecas.”

Se mil milhões de euros são alocados para a defesa e para a segurança, outros mil milhões serão dedicados à cultura, através  de um programa de incentivo ao consumo cultural em bairros problemáticos.

A Itália exerce um fascínio sobre os viajantes… e sobre mim, que gostava de ser viajante.

Talvez seja porque para onde quer que olhemos há Beleza.

Talvez seja porque acredito que se nos rodearmos de Beleza (em todas as suas formas e manifestações – na Arte, na Natureza, nos sentimentos dos seres humanos) talvez fiquemos incapazes de praticar atos feios. Oxalá fosse assim tão simples!

A Tuula é uma viajante (muito bela) e foi a Itália.

Milão Tuula

Milão Tuula 3

Milão Tuula 2

Tuula in Milano

Veneza Tuula 2

Veneza Tuula

Positano Tuula

Monterosso Tuula

Tuula

 


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Miles Hyman

A minha amiga Fernanda mostrou-me Miles Hyman e é já o meu ilustrador fetiche de 2016.

Esta afirmação logo nas primeiras semanas do ano diz muito sobre o meu carácter…

Bem, neste caso, acho que diz bem!

A LeitoraA leitora

 

Femme Fatale

Femme Fatale

A leitora Miles Hyman

Miles Hyman

LisboaLisboa

 

Julia Morgan

 

Jennifer Egan

 

Acontece-me entrar no site de Miles Hyman e ficar embriagada com o ambiente destas personagens.

Retifico: apetece-me ficar a viver como estas personagens.

Num ambiente de BD.

Vou ali de vespa e já volto!

Vespa

Em 2013, foi Nikki MacClure !

Em 2015, foi Phoebe Wahl!

 


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Sobre a Esperança

Começar o ano com Esperança:

Cada um de nós influencia o fluir do Mundo!

Um homem que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire.
O que agradece que na terra haja música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que num café do Sul jogam um silencioso xadrez.
O ceramista que premedita uma cor e uma forma.
O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez não lhe agrade.
Uma mulher e um homem que leem os tercetos finais de certo canto.
O que acarinha um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra haja Stevenson.
O que prefere que os outros tenham razão.
Essas pessoas, que se ignoram, estão a salvar o mundo.

Jorge Luis Borges, Os justos

Plantar bolbos nas cidades

Mary planta bolbos de frésias no canteiro da sua cidade… e conversa com o seu amigo de 4 patas.

17 apart
S
erá que o Amor e o Bem que sai do nosso coração fica para sempre no Mundo?

Será que pode salvá-lo?

Imagens do blog 17Apart


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Procurar

Partir.

Apesar de amar os que ficam.

Desligar o computador, Internet, telemóvel, televisões.

Subir as montanhas.

Serra Nevada

Respirar e confirmar que nasci ao nível do mar.

Adaptar-me às altitudes…

Falar com desconhecidos.

Dormir.

Banhos de imersão.

Brincar.

Rir.

na neve

 

Pensar.

Falar e refletir com conhecidos.

Observar.

Tentar reencontrar-me sem pressas, sem relógio, sem regras.

Ouvir.

Sentir.

Respeitar (-me).

Continuar.

Procurar.

Sem mapa e sem GPS.

Encontrar sítios novos: Estepa, a capital dos mantecados e de chocolates maravilhosos.

Precisar de sítios novos… literais e metafóricos.

Estepa

Ouvir a Beatriz falar em Espanhol com espanhóis, russos, ingleses, brasileiros,… e começar a perceber que há mais mundo.

Estepa pueblo

Regressar e encontrar este vídeo

Ter tempo para vê-lo e ter a plena consciência de que o caminho é por aqui.

Sem malabarismos.