“Le souvenir est le parfum de l´âme” – (George Sand).


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Pais assim

Ser mãe de menina é educá-la para um mundo igualitário e justo…

Ser pai de menino é educar assim:

“Ele tem 7 anos. Todos os dias, quando olho para a sua saúde – de ainda não ter sido tocado por quaisquer tipos de machismos – penso que a minha missão está no início.

No princípio.

E o princípio é fazê-lo entender que a opinião comum, disseminada entre os seus pequenos pares, de que menina não pode jogar futebol, está equivocada.

O princípio é fazê-lo saber, desde já, que não importa a roupa que sua amiga usa – se ela usa é porque quer, e se quer, está tudo certo e não cabe a ele julgá-la.

O princípio é ajudá-lo a entender que cor-de-rosa ou azul (e todas as outras cores) podem ser usados por meninas – e meninos.

O princípio é ajudá-lo a perceber que o cabelo da menina é do jeito que a menina quer. Que quando a menina dança, é apenas porque ela quer o vento da liberdade na alma. Que quando uma menina tira a roupa, é preciso respeito, porque é quando ela está vestida de si mesma.

E o princípio é, também, fazê-lo ouvir, sempre e em qualquer circunstância, a opinião de uma menina.

E o princípio é entender que suas irmãs ocupam um espaço importante no mundo, igualzinho ao dele.

O princípio é alertá-lo a não chamar mulher alguma de vaca, vagabunda, cadela – JAMAIS, desde já e para sempre.

O princípio é ajudá-lo a não desmerecer, descreditar, desprezar uma menina.

O princípio é lembrá-lo que o corpo da mulher é a nossa chance, como humanidade, de parir um mundo novo – e, portanto, precisa ser respeitado; e nunca violado.

O princípio, João, é ter princípios. E estou aqui para a gente aprender juntos, nessa longa jornada. E também ensinar um ao outro. Assim como você faz comigo, desde que nasceu.

Com você, filho, desaprendi a ser homem. Para tentar aprender a ser pai.”

lasmujeresyloshombres Luci Gutierrez

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Do pai Pedro .

Ilustrações de Luci Gutiérrez do livro As Mulheres e os Homens.

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Feira dos Sabores 2016

Os mercados são os melhores lugares para conhecermos as tradições, as dinâmicas e hábitos de um povo.

Provavelmente é por esse motivo que gosto tanto de participar na Feira dos Sabores de Ponte de Sor (já lá estivemos no ano passado):

  • realiza-se no Mercado Municipal, com as grandes bancadas de mármore e a alma dos vendedores e compradores que todas as semanas o frequentam.

Frasco de memórias 2016

Feira dos Sabores 2016

 

Não é um local pretensioso: é no Mercado Municipal, com produtores, animadores e músicos locais.

Sabores da Ponte 2016 5

Tem o espírito certo… com as pessoas que fazem o que fazem porque sabem e porque gostam.

A chef Silva alertou-me para os benefícios do óleo de palma

A chef Silva alertou-me para os benefícios do óleo de palma.

Pessoas como a Marina, a Licoreira da Villa: grande parceira desta Feira – foram as boleias e as conversas (mais existenciais ou mais mundanas) durante a viagem… e a risota cúmplice durante a Feira.

Licoreira da vila 2016

Feira dos Sabores 2016 2

Os Sabores de Requinte: a D.Filomena mimou-nos com um pão de farinheira que eu nunca tinha provado na vida e com uma grande simpatia… misturada com pão de alfarroba, pão de lenha, pão de centeio e queijos!!!

Feira dos sAbores 2016 1

O Sr. João, da Casa Bonacho, nosso parceiro há mais de um ano.

Incansável a fazer crepes e a contribuir para a acumulação gulosa de calorias!

Feira dos sabores 2016 3

E a sempre querida Rita, responsável pelo registo de vendas (mas que teve de estudar para os testes da semana – Boa sorte!).

Feira dos sabores 2016 4

E, para além de ter convivido com estas pessoas tão boas, ainda vendi bastante!

Um Obrigada! muito especial para o Artur Aniceto, da Associação Nova Cultura (a quem roubei a segunda fotografia, onde estou na conversa com a Marina).


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Verdades terríveis sobre a maternidade

Nos blogs das mães famosas, aquelas que recuperam a forma num ápice e têm empregados que as substituem nas tarefas domésticas (e não só), a maternidade aparece como a experiência mais glamorosa de sempre.

chriselle lim

São os empregados, é a maquilhagem, são os fotógrafos e os filtros de edição de imagem que criam uma realidade que não existe.

chriselle lim 2

Eu, que não sou famosa, que me debato diariamente com os problemas de uma mãe de classe média, com uma profissão exigente, mil ideias para concretizar, razoavelmente privilegiada, também caio em tentação e apenas refiro o lado maravilhoso e encantador de ser mãe.

Esse lado existe e prevalece, mas o outro lado também cá está.

No balanço dos dias, esse outro lado imperfeito não se impõe; quer dizer, no balanço da maior parte dos dias, não se impõe… mas existe:

1- O parto foi a experiência mais violenta e assustadora pela qual o meu corpo (e alma) já passou. Felizmente, um anestesista misericordioso administrou-me a anestesia epidural quando cheguei de ambulância ao hospital. O que significa que apenas estive no átrio do inferno de Dante.

2- O pós-parto fez-me sentir vítima de um atropelamento por um camião TIR: só não me doíam as mãos e os pés… durante vários dias… melhorou, mas continuei a sentir muitas dores durante semanas.

3- A amamentação equipara-se, nos primeiros dias, a uma tortura sádica!

4- No primeiro mês, o cérebro não pensa, só reage: são tantas as solicitações, as aflições, as inseguranças, as dores, a privação de sono!

5- O meu bebé não se comportava como eu idealizava: não era suposto ficar no berço e dormir? O meu chorava, chorava, chorava!

E sujava a fralda e bolçava a roupa… aquela clarinha e fofinha que eu tinha comprado para a minha boneca idealizada.

6- Eu não sabia que os bebés tinham cólicas e choravam de forma inconsolável, sobretudo a partir das 20:00h, quando nós já estamos de rastos.

7- Nos 3 primeiros anos, foi aflitivo não ter tempo, sobretudo para estar só comigo. De repente, ninguém compreende que essa seja uma necessidade básica para manter a sanidade mental. Mais grave ainda, eu própria não me dava esse espaço, porque tinha sempre de…

8- Por outro lado, foi absolutamente doloroso deixar a minha filha com outra pessoa e ir trabalhar. Nos anos seguintes, houve dias em que trabalhar era um momento para respirar fundo e descontair. Nunca o admiti, claro!

9- Corresponder à imagem que os outros têm de ser mãe é difícil. Corresponder à imagem que eu tenho de ser mãe é impossível. Aprendi a ser menos exigente comigo e a aceitar que existo enquanto Ana. A luta continua…

10- As birras são difíceis, mas mais difícil é ser adulto e não responder com uma birra a outra birra.

11- Viver com as incoerências e aceitá-las é um desafio: durante o fim-de-semana, quase sufoco com a Beatriz pendurada durante todo o dia no meu pescoço; durante a semana, sinto tanta falta daqueles bracinhos pendurados no meu pescoço…

12- A Beatriz só tem 5 anos: imagino de que forma a lista vai crescer nos próximos anos.

Durante a gravidez nunca ninguém me falou destas verdades terríveis;

provavelmente nem todas as mulheres as partilham,

provavelmente muitas mulheres esquecem-nas.

Eu própria tive de fazer um esforço para me lembrar das primeiras…

Será um fenómeno natural para que queiramos ter mais filhos?

chriselle lim filha

As fotografias são do blog de Chiselle Lim que, com muita graça, diz que o glamour das imagens do seu blog se devem aos fotógrafos e à edição.

chriselle lim


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Frases feitas

Nunca gostei de adágios nem de justificar as minhas acções recorrendo a frases feitas.

Fazê-lo sempre me pareceu um sinal de preguiça mental ou conservadorismo.

Mas e o que dizer das novas frases que abundam no FB e nos blogs?

Ainda por cima em inglês (uma língua sintética) e visualmente tão bonitas?

Mordi a língua!

Storms make the oak bees like honey 6

Frase e imagem Bees like honey.

Tempestade a aproximar-se

♥ ♥ ♥

bees like honey

 


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Bohemian Vibe

Os sites escandinavos de decoração são absolutamente maravilhosos.

Espaços abertos, iluminados, minimalistas, organizados e perfeitos.

Cozinha escandinava: vive aqui alguém?

Cozinha escandinava: vive aqui alguém?

A mim, sinceramente, assustam-me um bocadinho… ou talvez me transmitam, inconscientemente, a ideia de que eu nunca lá chegarei.

Descobri há pouco que o meu estilo decorativo é “bohemian”… às vezes, “bohemian chic”.

Aqui em casa, também lhe chamam “rococó” e “acumulativo”, mas “bohemian chic” tem outro allure.

Todas as imagens vieram do blog The Style Files.

quarto boémio

quarto boémio Formentera

Quarto colorido Style Files

quarto Styles Files

sala boémia chic

sala drink more gin

louça boémia

cozinha boémia

jardim boémio


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Trendy

Elegance

A Carmen é minha amiga e é muito bonita.

Para além disso, é a responsável pela entrada do baton vermelho na minha vida, a par de algumas reflexões que provocaram mudanças bem mais importantes do que esta…

É fã do Instagram, que eu apenas espreito, porque já sou demasiado dada à dispersão.

Pedi-lhe para me mostrar imagens inspiradoras para estes dias mais quentes de dia e frios à noite.

Ora vejam:

vestido branco verão 2016

casaco malha bege 2016

Tal como a Carmen: lindas, sensuais, mas nada vulgares!

blazer vermelho 2016

camisola sem ombros 2016

jeans brancos

A Carmen deixou-nos duas contas inspiradoras:

StreetStyle Inspirations

WorldLifeStyle

E esta é a da Carmen: Maria Mendes !

 

 


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A maior herança

No meu percurso Estremoz-Figueira da Foz, passo sempre pelas Galveias.

E penso sempre no José Luís Peixoto.

Ultimamente, e depois de uma fase forçosamente mais contida em termos de viagens, não me saem da cabeça estas palavras:

“Discordo sempre quando ouço alguém dizer que as crianças não aproveitam as viagens. Ainda não têm idade para aproveitar, diz essa pessoa que pode ter muitos rostos diferentes. Não consigo entender esse ponto de vista. Parece-me que as crianças aproveitam as viagens de forma diferente, desfrutam de aspetos que nós, muitas vezes, já esquecemos de prestar atenção.

As crianças não fingem interessar-se por aquelas histórias que os guias repetem, com mais ou menos rotina na voz, e que toda a gente esquece após algum tempo, se é que chegam a ouvi-las. Em vez disso, as crianças deixam-se invadir por cheiros novos, cores novas, sons novos, estímulos que alargam a paleta daquilo com que contam a partir daí: na sua consciência, no modo como desenham o mundo e o avaliam.

As crianças não são testemunhas, são descobridores. Quando chegam a um lugar que desconhecem, não deixam que o peso do que sabem molde o que as espera. Levam os sentidos abertos, prontos a serem marcados para sempre.
Se perderem essa disponibilidade, nunca aprenderão a viajar e, em consequência, nunca serão capazes de desfrutar dessa vantagem. Quando falo de viajar, não me refiro apenas à oportunidade de ir muito longe, a outros países ou continentes, refiro-me à curiosidade pelo mundo, à capacidade de se surpreender com o que é diferente, de não temer essa diferença, de desejá-la.

Marciac

na gare

Aquilo que quero deixar aos meus filhos são viagens. Como outros acumulam imobiliário e bens, quero que sejamos capazes de acumular momentos e lugares onde estivemos vivos e juntos. Essa será a fortuna que partilharemos.

Quando falo de viajar, refiro-me a esse prazer de olhar em volta e saber que estamos ali, sentirmo-nos. Mais do que uma promessa, viajar é a certeza de estar vivo. Por isso, aquilo que desejo aos meus filhos é cidades e pessoas, montanhas e horizonte, desejo-lhes Nova Iorque e a Amazónia, desejo-lhes São Petersburgo e o entardecer lento da savana africana, desejo-lhes sorrisos da Tailândia e sake de Quioto.

Ao mesmo tempo, desejo que nunca percam a capacidade de ir ali ao fundo e, da mesma maneira, surpreenderem-se com o que lá está, com a luz e a temperatura ligeiramente diferentes. Desejo que se apaixonem sempre, por tudo. E que sejam capazes de passar essa eletricidade aos seus filhos, meus netos por nascer, porque é ela que dá ânimo e sentido: combustível e estrutura da vida. Aquilo que desejo aos meus filhos é que a variedade de opções que o mundo lhes oferece nunca deixe de deslumbrá-los.”

casa da JillRichard Bona in Marciac

O texto é de José Luís Peixoto, “A maior herança”.

As imagens são da primeira viagem da Beatriz bebé.

O som é do primeiro concerto da Beatriz, Richard Bona.


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Barritas de cereais

A Dina é Mãe do meu querido … sobrinho-neto (!!!) e pediu-me para partilhar algumas receitas.

Talvez não pensasse é que eu iria partilhar também as suas fantásticas receitas!

Num fim de dia duro, a Dina deu-me uma destas barritas e eu fiquei fã.

Tão fã que passei a fazê-las para mim.

São muito saudáveis mas, para mim, um pouco perigosas: tenho de controlar-me para não comer meia-dúzia…

-4 colheres de sopa de aveia;

-1 colher de sopa de sementes de linhaça;

– sementes de sésamo, girassol, abóbora,… a gosto;

-3 colheres de sopa de manteiga de amendoim;

-2 colheres de sopa de mel.

Misturar tudo muito bem e espalmar a mistura num tabuleiro forrado com papel vegetal.

Eu costumo fazer uns golpes porque facilita o processo posterior.

barritas de cereais

Colocar no forno a 160ºC durante 15 minutos ou até estar dourado.

Deixar cair um fiozinho de mel por cima das barras antes destas arrefecerem e de separar os rectângulos.

Guardar muito bem fechado e consumir com moderação no prazo de 1 mês.

Já experimentei com manteiga de amêndoa e gostei muito do resultado: o sabor é muito mais suave, o que não deixa de ser igualmente perigoso.

Às vezes, adiciono uns pedacinhos de noz ou amêndoas.

São versões cada vez mais tentadoras, mas a imaginação é mesmo o limite…

barritas individuais