-Mãe, não queres brincar comigo?
-Só um bocadinho… agora não posso.
-Mas queres brincar comigo?
-Quero, claro!
(Ui, parece-me que menti…)
Gosto de ver filmes infantis, gosto de passear e ir ao mercado com a Beatriz, gosto de ler livros infantis, gosto de ir para a cozinha com ela e ficar com farinha no tecto, mas não gosto de brincar.
Custa-me!
“Agora tu és a Elsa e eu sou a Ana e tu lanças gelo das mãos para fazer bonecos de neve!”
“E depois… pegas no biberon e dás o jantar ao bebé.”
Socorro!
Brincar não é divertido; por algum motivo deixamos de fazê-lo aos 10 anos!
Nos dias em que me esforço muito, tento arranjar qualquer coisa que também seja um bocadinho menos penosa para mim e (verdade mesmo!) que entretenha e envolva a Beatriz durante algum tempo.
Fizemos um carro com muitos botões, muitas funcionalidades e cheio de pormenores laterais desenhados e colados pela Beatriz (durante largos minutos!).
E que me destruiu as costas em 10 corridas pela casa!
Construímos um teatro de dedoches.
As fotografias revelam que o investimento foi mais da Beatriz do que meu, não é?
Depois dos meus parágrafos iniciais acho que estou desculpada…