-Já viste o filme “Brave“?
– Não, é filme para meninas! – F., 5 anos.
Como?!
De onde vem este preconceito?
Por acaso a protagonista do filme Brave é uma menina, mas é um filme sobre o crescimento, o auto-conhecimento, cheio de adrenalina e aventura, para além de efeitos especiais espectaculares.
Às vezes, penso que estou a preparar a minha filha para um mundo que ainda não existe (a minha esperança reside precisamente no “ainda”).
Os pais dos meninos têm igualmente um grande percurso a percorrer.
Uma luta contra o preconceito que limita as meninas (e futuras mulheres), mas também contra as ideias feitas que existem acerca de “ser rapaz”!
A genuinidade (e eventual genialidade) dos meninos é oprimida pela sociedade em que vivemos.
Um exemplo trivial:
Quantos pais permitem que os seus filhos frequentem aulas de ballet?
Em Estremoz, conheço apenas um menino que frequenta as aulas, mas quando a Beatriz iniciou as aulas foram vários os meninos que manifestaram vontade de acompanhar a Beatriz.
Alguém os impediu…
No século XXI!
Numa escola da cidade, há um jovem que pinta as unhas de preto.
E provoca risinhos e comentários maldosos dos outros jovens e… de adultos!
É, com certeza, um menino forte e no bom caminho para ser um homem fiel à sua vontade e bem resolvido, sem medo do que vão dizer/pensar dele.
Com roupa de princesa, não vi qualquer menino, nem no Carnaval.
O que desejo é que as crianças se resolvam bem na infância, experimentem e se descubram sem quaisquer limites de género, mas apenas tendo como condicionante a sua vontade genuína, passe ela por usar/fazer/pensar ou não usar/fazer/pensar o que há bem pouco tempo era apenas permitido ao universo feminino ou masculino.
As fotografias pertencem ao projecto A Boy Can Too que me conquistou logo de início: o nome diz tudo, mas visitem o site e vejam as fotografias.