Mia Couto cria universos mágicos, com personagens maravilhosas, em que tudo pode acontecer, com a acutilância e sensibilidade expectável duma mente lúcida e poética.
Acabei O último Voo do Flamingo:
“O céu está em obras, só tem caído ferrugem lá das nuvens.”
“Quem voa depois da morte? É a folha da árvore.”
“As ruínas de uma nação começam no lar do pequeno cidadão.” (Provérbio africano)
“A guerra nunca partiu, filho. As guerras são como as estações do ano: ficam suspensas, a amadurecer no ódio da gente miúda.” [A mãe] andava com uma bilha a recolher as lágrimas de todas as mães do mundo. Queria fazer um mar só delas. O que faz a lágrima? A lágrima nos universa, nela regressamos ao primeiro início. Aquela gotinha é, em nós, o umbigo do mundo. A lágrima plagia o oceano.”
Um discurso poético mas cru, com um enredo policial que nos cativa, mas que nos leva à reflexão acerca da vida.
26 de Março de 2017 às 20:56
é um autor maravilhoso!
26 de Março de 2017 às 21:08
É mesmo!
Boa companhia para noites de chuva 😉
26 de Março de 2017 às 21:59
Gosto imenso de Mia Couto. Tenho vários livros dele. Seus contos me fazem viajar por um universo lúdico. E uma leitura muito especial. Me faz muito bem viajar na companhia das linhas desse senhor.
27 de Março de 2017 às 12:46
É mesmo uma mudança de universo… e que bem que sabe!
Bacio!
27 de Março de 2017 às 20:37
Li o Terra Sonâmbula, e gostei e li A Confissão da Leoa, que adorei. Ele tem uma forma de usar as palavras que parece encanto. 🙂 Tenho de pôr este na lista.
28 de Março de 2017 às 12:20
É mesmo essa a expressão: encantamento 🙂