Como sempre, vamos no Natal, a caminho do Mar!
A caminho de muito Azul, Luz e Calor!
Feliz Natal!
A nossa família vai ter mais dois bebés!
Um bebé que vem do mar e uma bebé que vem da planície.
E dormir quentinhos dentro dos ♥ ♥ ♥ ♥ dos seus pais!
Li que o mundo se divide entre aqueles que foram pais há pouco tempo e os outros!
Talvez seja verdade…
Lembro-me que, poucos meses após o nascimento da Beatriz, eu olhava para os bebés e analisava, involuntariamente, se estavam a apanhar sol, sujeitos a uma corrente de ar, a chorar com fome ou com a fralda molhada. Sentia-me responsável pelo bem-estar de todos os bebés que se cruzavam comigo… e fazia um esforço enorme para calar a boca e não ser intrusiva.
Agora estou um pouco melhor…
Só fico aflita com o choro das crianças de 6 anos!
Irmãos lindos daqui.
Uma apresentação que se intitula “Há mais na vida do que ser feliz” já é suficientemente provocatória, sobretudo quando vivemos numa época em que proliferam livros de autoajuda, artigos e lista com promessas de felicidade empacotada.
Mas se alcançar a felicidade fosse só seguir uma “to do list”, não seríamos hoje um dos países da União Europeia que mais toma antidepressivos e ansiolíticos.
A falha, a meu ver, começa quando se liga felicidade a sucesso e se traduz sucesso por: ter casa própria, carro novo, namorado boneco e dinheiro para pequenos (ou grandes) luxos.
Todos conhecemos pessoas que reúnem todos (ou quase todos) estes requisitos e continuam ansiosas, dependentes de Lexotan e com um vazio inexplicável.
Emily Smith propõe-nos uma reflexão sobre o sentido da vida humana, mais do que vivermos como toupeiras à procura de uma felicidade que, inevitavelmente, chega, foge e se esconde.
Como dar sentido à vida?
1- Alimentar o sentimento de pertença:
Estabelecer relações em que se é valorizado/se valoriza pelo que se é e em que se dá, de facto, atenção ao outro: quer seja o senhor que nos vende o café, um familiar, um vizinho, um amigo.
Ultimamente, reparo que é raro alguém focar-se no outro: há o telemóvel, há a vida exterior (e interior) e muitos dos diálogos são estranhos, porque já não se responde à deixa do outro, monologa-se.
2- Estabelecer objectivos de vida:
Ter objectivos de vida que vão para além do “tirar um curso e arranjar um bom emprego “.
Garantir a sobrevivência imediata é importante, mas Emily Smith fala em objectivos que passem por “dar” aos outros.
Numa sociedade tão pouco filantrópica, como aquela em que aterrámos, e tão defensora da esperteza e desenrascanço nacional (ainda que isso prejudique o próximo), fica evidente que temos um longo caminho a percorrer nesta área.
Salvar-nos-á, talvez, o espírito forte de família: amar os filhos é uma forma sublime de “dar-se”.
Emily defende que muitos de nós vêem o trabalho como uma forma de contribuir para algo maior e, por isso mesmo, o desemprego é mais do que um problema económico, é uma questão existencial. Bem visto!
3-Praticar a transcendência:
Encontrar uma forma de abstrair das minudências quotidianas.
Há quem o faça através da Fé, da Arte ou da criação: fazer algo que nos melhore enquanto seres humanos e que nos faça perder a noção de tempo e de espaço.
4- Encontrar a melhor versão da nossa história:
A nossa vida é narrada a nós próprios (e aos outros) centenas de vezes ao longo dos anos.
Devemos construir uma narrativa de redenção, crescimento e amor para nós próprios e não de autocomiseração e amargura.
Há quem precise de psicólogo para encontrar a melhor versão da sua história, há quem o faça sozinho, ao longo do tempo, através de muita introespeção.
♥
Precisei de sintetizar as reflexões da Emily, porque por vezes esqueço-me de que são estes 4 pilares que seguram a minha casa. Na verdade, só uma casa com uma arquiteta bem lúcida e bem ciente do sentido da vida consegue ultrapassar serenamente os momentos felizes e menos felizes que fazem parte da vida humana.
Afinal, como bem disse Emily, a Felicidade joga connosco ao “toca e foge” e nós temos de viver todos os dias!
Verbalizar afectos é difícil.
Requer autoanálise, autoconfiança, hábito e educação.
A geração dos meus pais não verbalizou muito e, quanto à geração anterior, nem se fala…
Foram séculos de dificuldade/impedimento/proibição de explicitação afectiva!
O que não significa que não tenham amado, claro.
Os afectos eram concretizados em gestos:
os meus pais trabalharam muito para nos proporcionar o que não tiveram;
para além do trabalho fora de casa, deram-nos o seu tempo: cozinharam, arrumaram, tricotaram e até costuraram modelitos. Nós, às vezes, nem gostávamos muito (acabara de surgir o pronto a vestir, que era o máximo!), mas em cada ponto ou laçada de lã nós estávamos lá no seu pensamento.
Hoje, andamos a uma velocidade e vemos tantas imagens, comunicamos tanto (será?), espalhamos likes, lemos publicações, notícias, opiniões que nem paramos junto de quem gostamos. Infelizmente, essa vertigem faz com que elas parem também pouco em nós.
Surge o Natal e pensamos nas pessoas que vivem no nosso coração.
Apercebemo-nos, em Dezembro, que passaram meses e nós mal as olhámos… ou mal as vimos.
A missão deste Natal é transformar os afectos em gestos concretos!
Oferecer algo que demorou tempo a fazer.
Contrariar a rapidez da vida e oferecer o que foi feito com as mãos.
Enquanto amassamos, tricotamos, embrulhamos, demoradamente, pensamos nas pessoas de quem gostamos, revivemos os motivos pelas quais estão no nosso coração e elas param no nosso pensamento.
Bem mais tempo do que se fôssemos à loja comprar aquele bibelot engraçadinho!
Todas estas ideias DIY são do blog Babyccino.
AS DUAS VELHINHAS
Duas velhinhas muito bonitas,
Mariana e Marina,
estão sentadas na varanda:
Marina e Mariana.
Elas usam batas de fitas,
Mariana e Marina,
e penteados de tranças:
Marina e Mariana.
Tomam chocolate, as velhinhas,
Mariana e Marina,
em xícaras de porcelana:
Marina e Mariana.
Uma diz: “Como a tarde é linda,
Não é, Marina?”
A outra diz: “Como as ondas dançam,
Não é Mariana?”
“Ontem, eu era pequenina”,
Diz Marina.
Ontem, nós éramos crianças”,
Diz Mariana.
Elevam à boca as xicrinhas,
Mariana e Marina,
As xicrinhas de porcelana:
Marina e Mariana.
Tomam chocolate, as velhinhas,
Mariana e Marina,
Em xícaras de porcelana:
Marina e Mariana.
Cecília Meireles
Talvez se tenham cansado de estar tão compostas e existencialistas estas velhinhas e estejam agora assim:
Da ilustradora finlandesa que gosta de desenhar velhinhas felizes: Inge Look.
Velhinhas risonhas com vestidos coloridos.
espaço reservado a desabafos tipo assim um bocadinho "crazy" "or not"
I traditori onesti
I make things. So can you.
Sara no mundo da Etnobotânica - O Homem e as Plantas
Vida na República Tcheca e viagens independentes pelo mundo
Coma Bio, sinta-se em forma.
Investigação, ensino e debate sobre temas queirosianos
por Lunna Guedes
de Inês Nogueira
Releitura do viver bem
a space between sewing, motherhood and photoblogging