“Le souvenir est le parfum de l´âme” – (George Sand).


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“Next stop: Spring!”

Todos os anos, escolho um ilustrador de eleição.

Neste ano, já vou na minha terceira ilustradora.

Descobri a russa Jenny Kroik, sediada em Nova Iorque desde 2016!

Gosto muito de ilustração feita especificamente para livros infantis, mas não resisto a quem nos coloca a nós, adultos, no papel.

Um dos sítios que inspira esta ilustradora são as livrarias.

Jenny Kroik livraria

“Bookstores are really good places for inspiration–you see people interacting with the books they have an affinity for, you see how people consume the culture. Sometimes someone will be dressed in a similar way to things he or she is looking at. I love these sort of poetic fun moments.”

Ora eu, se não fosse professora, seria muito feliz a trabalhar numa livraria ou numa biblioteca!

Jenny também se sente fascinada pelas pessoas que andam no metro.

O que vê uma menina através da janela do metro?

O que observa no túnel?

Flores?

A Primavera que chega?

“I saw a young girl glued to the window, fascinated by the tunnel, It got me thinking about how one’s imagination is always active when you’re a kid. I started wondering, what can she possibly see? Beautiful flowers? I tried to see the tunnel through her eyes.”

Jenny Kroik

São imagens cheias de histórias e vidas, inspiradas em quem se cruza no seu caminho.

subway  Jenny Kroik

lady at subway Jenny Kroik

selfie Jenny Kroik

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Orgulho

Não somos árvores, mas temos raízes.

As minhas raízes portuguesas estão completamente interligadas com a minha língua.

Circularmente, a minha língua está intimamente ligada à minha nacionalidade, sobretudo na sua forma mais nobre que é a literária.

Ontem, foi um dos dias em que genuinamente a minha alma portuguesa brilhou.

Estava a espreitar o blog IGNANT  e vi palavras em português.

Senti o apelo que só a nossa língua tem.

Li e, como portuguesa, a minha primeira reacção foi de satisfação e orgulho. Instintivamente.

Não somos todos cidadãos do mundo…

A Herdade do Freixo, no Redondo (aqui à porta!) foi projectada pelo português Frederico Valsassina.

A adega é subterrânea para aproveitar a temperatura certa que existe debaixo da terra.

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Vi ainda outro projeto: uma adega, em Azeitão, foi transformada, pelo neto do antigo fundador, numa casa de família.

ignant-architecture-extrastudio-converted-winery-Portugal

ignant-architecture-extrastudio-converted-winery-Azeitão

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Para quem gosta de ver projetos incríveis, IGNANT é um site a explorar.

Ainda tem fotografia, arte e viagens!

 

 

 


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Zoé

Zoé:

“J’aime la photo et les voyages (surtout au soleil). J’achète un peu trop de sacs (et de chaussures), sans jamais penser à demain, parce que demain c’est trop loin. 

Je suis tout sauf raisonnable. Jamais.

Je suis la copine que tu dois éviter en virée shopping avant de payer tes impôts parce que si t’hésites entre deux couleurs je te dirai : « Prends TOUT ! » Au Resto en période « régime » je te dirai : « DESSERT !?!! »

[…] Ici rien n’est jamais grave ni sérieux. On ne parle que mode, voyages et beauté.

Je veux juste vous faire passer un bon moment et tenter de vous inspirer un peu au quotidien.”

O sentido de humor e a humildade da Zoé transparecem nas fotografias do blog Les babioles de Zoé.

Duas qualidades que aprecio e que são raras.

Talvez por motivos históricos e culturais, consideramos a leveza, o ócio e a frivolidade pecados mortais.

Resultado: pesadões, tristonhos e rabugentos implicamos com quem ri, no trabalho e na vida!

Zoé

black Zoé

Zoé 2018

Para além das imagens inspiradoras e da Zoé ser um regalo para os olhos, ainda aprendi dicas de arrumação:

gaveta de jeans Zoe

E dicas de composição fotográfica:

composição fotografia

Parece tudo tão fácil!

Comprova-se o mito de que as francesas, desde jovens, têm um sentido estético bem apurado! Aquele mesmo mito que pretende convencer-nos de que as francesas acordam naturalmente cheias de estilo e de que a casa delas tem grandes planos cinematográficos a cada canto!

Sei bem que não é assim, mas é um conto de fadas em que gosto de acreditar! Reforça-me a esperança de que talvez um dia lá chegue!


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Desamparinho

“E desamparinho, em minha opinião uma das mais belas palavras do crioulo cabo-verdiano, dá nome àquela hora feliz, ao final da tarde, quando o dia cede lugar à noite, o calor esmorece, e os velhos se sentam nos passeios, fruindo o fresco e as cigarras, e vendo as moças passarem sacudindo as ancas.”

José Eduardo Agualusa, Milagrário Pessoal

ignant-photography-adriana-roslin

A riqueza da língua portuguesa dentro de Portugal não pára de surpreender-me.

Ao longo do meu percurso profissional e pessoal, fui tendo a oportunidade de contemplá-la com os ouvidos: desde a Beira Interior ao Alentejo Litoral, de Chaves ao Algarve.

Neste momento, ando encantada com a pronúncia de Campo Maior: da primeira vez que  um campomaiorense genuíno se dirigiu a mim, pensei que estivesse a brincar comigo, tal é o cantado da entoação!

Depois de ler Agualusa, fiquei muito curiosa em relação ao crioulo de Cabo-Verde.

O que eu ando a perder…

Já tinha ouvido “morabeza”, uma palavra difícil de definir, muito própria deste povo, que significa amabilidade, gentileza; misturada com beleza, acrescento eu.

Ora um povo que teve necessidade de criar uma palavra nova, para transmitir estas características, revela que as valoriza; portanto, é um povo que eu quero muito conhecer.

Na Guiné, há uma palavra com um significado idêntico: osprindadi.

Qual será a origem? Serão apenas os prendados aqueles que têm capacidade para ser amáveis? Ou serão também os hospitaleiros?

Também nós tínhamos “amorável”!

É triste e é um sinal dos tempos que esta palavra tenha caído em desuso.

ignant-photography-amanda-jas

Estas duas fotografias são de duas fotógrafas diferentes que descobri no site IGNANT.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Gourmandise

Este inverno está a ser azul-escuro:

tentei avidamente fugir do preto, nem sempre com sucesso e dei conta de que ando com vários tons de azul… todos os dias!

Que tal variar e introduzir elementos divertidos?

A moda não é para nos divertirmos?

Os dias não são para nos divertirmos?

Ui… “muito riso, pouco siso”!

Assim como quem se consente uma guloseima, prometo tentar sorrir e arriscar mais! Ainda que provoque o riso nos outros.

Pior é provocar o tédio.

Yasmin Sewell é a minha guru!

yasmin-sewell-short-curly-hairstyle

Quem se atreve?

Yasmin

style-star-curly-hair

yasmin-sewell-full-skirt

Yasmin-Sewell-Best-Street-Style

Yasmin street style


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Lavrar

Lavrar – deriva do étimo latino: labōro,as,āvi,ātum,āre que significa «trabalhar, esforçar-se, inquietar-se, ocupar-se, etc».

Estender a roupa redcheeks

Nestes fins-de-semana pós-obras em casa, as tarefas domésticas não acabam…

Tenho andado com as palavras de Inês Pereira (da Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente) a ecoar na cabeça.

“Renego deste lavrar

E do primeiro que o usou

Ao diabo que o eu dou,

que tão mau é de aturar!

Oh, Jesu! Que enfadamento,

e que raiva, e que tormento,

que cegueira , e que canseira!

Eu hei-de buscar maneira

d´algum outro aviamento.”

O monólogo de Inês (com que a peça inicia) é imperdível e, infelizmente, demasiado actual na minha vida…

varrer redcheeks

Já repararam que os únicos homens que se queixam da vida doméstica são aqueles que vivem sozinhos?

Dá que pensar…

E há tanto para fazer ao fim-de-semana, longe deste “enfadamento”!!!

fotografar redcheeks

Ai, Inês, como eu te compreendo!

“Comendo-me eu logo ao demo

s´eu mais lavro nem pontada!

Já tenho a vida cansada

de jazer sempre dum cabo!”

ler redcheeks

Ilustrações da holandesa  Nelleke Verhoeff.

in concert