“Le souvenir est le parfum de l´âme” – (George Sand).


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Mikuta

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A Jacqueline é sueca e o Klemens é alemão.

São o casal mais bonito e cool da blogosfera.

Têm um blog repleto de fotografias esteticamente cuidadas e felizes.

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São uma inspiração e uma fuga dos dias de chuva sem graça.

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Vivem e viajam, hoje, através do blog… e levam-nos com eles.

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Há dois anos estiveram cá.

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Estão noivos e eu fiquei a sorrir para o ecrã quando li.

Estranhos tempos os nossos, mas ficar bem com a felicidade dos outros, mesmo dos que não conhecemos, não pode ser mau…

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2 comentários

Sé más…

Folheando qualquer revista feminina, assalta-me sempre a mesma questão: se a população europeia se encontra cada vez mais envelhecida que sentido faz usar modelos tão jovens nas campanhas publicitárias? Quem vai identificar-se eternamente com modelos de vinte anos?

SEMASVIEJO

Adolfo Domingues colocou a tónica nesta questão na nova campanha e ganhou a minha admiração. Cada vez precisamos de ver mais pessoas e menos modelos nas campanhas.

Adolfo Dominguez Ad 2018

Esta é uma campanha incrível que prova que a beleza e a elegância não têm faixa etária, nem género (estas imagens , também de Adolfo Dominguez, colocam a tónica na questão do género).

As modas é que são efémeras.

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Imagens cheias de estilo e carácter e verdadeiramente inspiradoras.

Adolfo Domingues 2018

Adolfo Domingues Ad

Um vídeo maravilhoso: https://www.adolfodominguez.com/en-po/semasviejo/

 

“Dicen que el mundo es de los jóvenes. Solo importa lo último, lo nuevo, lo que acaba de salir. Pero los viejos saben cosas. Los viejos han visto. Y saben que no todo lo nuevo es necesariamente mejor. Saben que lo que hoy está de moda, mañana puede ser solo un mal recuerdo. Que es mejor tener cuatro camisas buenas en el armario que una nueva cada mes viajando del armario al cajón. Que hay algo absurdo en comprar algo y no usarlo. Que no hay que comprar más, sino elegir mejor. En Adolfo Dominguez nos gusta escuchar a los viejos. En realidad, todos deberíamos serlo más a menudo”.


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Reverso

Um dos músicos de Adriana Calcanhoto, quando foi pela primeira vez a uma casa de fados, suspirou: Como é possível que tenham cantado 15 fados sobre mim?

Ao ouvir o relato deste episódio, regressei aos meus 20 anos e à minha primeira impressão ao ouvir Tom Jobim, Marisa Monte, Maria Betânia, Caetano Veloso ou Chico Buarque.

Esta música de Tom Jobim e Vinicius de Morais é sobre a condição humana:

  • a dureza da vida, as desilusões, o fatalismo estão lá, tal como estão no nosso fado.

Com mais balanço, é certo.

 

O que nós não temos no fado são histórias de amor felizes.

“Pela luz dos olhos teus” talvez reflicta a mais terna relação (cantada) que conheço.

Não temos amores felizes em nenhuma língua, para dizer a verdade;

é preciso fricção e dor para crescermos e criarmos.

Como diz Vinicius:

“É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração

Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não”


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Sábios

O grande Ulisses nunca me convenceu.

Extraordinário guerreiro, sem dúvida: lutou, venceu, viajou e voltou para casa, onde a fiel esposa o esperava, vinte anos passados.

No mundo ocidental, durante mais de dois milénios, a Odisseia conduziu-nos, simbolicamente, para o modelo ideal masculino e feminino: Ulisses e Penélope.

É uma obra incrível, sem dúvida, mas os papéis desempenhados pelo par amoroso sempre me perturbaram.

O homem abandona o lar, por uma nobre causa para a época: a guerra com Tróia, e a mulher fica, cria o filho e governa o reino. Não deixa de ser um grande destino o de Penélope, mas nem por isso é valorizado, se comparado com a panóplia de aventuras exóticas do marido.

Finalmente, Teolinda Gersão esclarece o meu desconforto em relação à Odisseia:

Na realidade, Ulisses revelou-se imaturo e incapaz de assumir o papel de número 2 no lar, depois do nascimento do filho Telémaco. Para além disso, estava demasiado disponível para cair de amores por outra mulher (na terra e no mar – ui, as sereias!), sempre com ar de vítima, e acabou por fugir de casa com um excelente alibi: a guerra.

Fiquei mais tranquila com a análise de Teolinda Gersão, mas a minha desilusão com os sábios gregos continuava.

Foi novamente a escritora que me apaziguou.

Na verdade, a Odisseia é uma obra que tem a sua origem na tradição oral e havia muitas versões do poema.

No século VIII a.C., Homero apenas fixou (sublimemente, sem dúvida) a versão de que gostou mais… e que lhe era mais conveniente, talvez.

Havia versões, todavia, que relatavam que Penélope refizera a sua vida na ausência de Ulisses e que o herói, vinte anos depois, ao ver uma nova Penélope, acabava por abandonar Ítaca;

havia ainda versões bem mais ousadas que referiam que Penélope dormira com os seus mais de cem pretendentes!

Mesmo tendo sido durante vinte anos, não deixa de ser um feito extraordinário… e extremamente emancipado para a época!

O que é incrível é que nestas diferentes versões que se perderam perpassa uma moralidade bem mais acutilante do que a registada por Homero, no que diz respeito à dinâmica de um casal.

Uma lição válida para mulheres e homens, como é óbvio:

se descuras o teu amante e partes (e não precisa de ser por 20 anos!) é natural que, na volta, ele lá não esteja impávido à tua espera.

Esta, sim, é uma mensagem sábia!

E os gregos sabiam-na há mais de 2000 anos!


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Papas de aveia

Na senda da Teoria do Amor, um poema muito realista de um amor velhinho!

INÊS E PEDRO: QUARENTA ANOS DEPOIS

É tarde. Inês é velha.
Os joanetes de Pedro não o deixam caçar
e passa o dia todo em solene toada:
«Mulher que eu tanto amei, o javali é duro!
Já não há javalis decentes na coutada
e tu perdeste aquela forma ardente de temperar
os grelhados!»

Mas isto Inês nem ouve:
não só o aparelho está mal sintonizado,
mas também vasto é o sono
e o tricot de palavras do marido
escorrega-lhe, dolente, dos joelhos
que outrora eram delícias,
mas que agora
uma artrose tornou tão reticentes.

Inês é velha, hélas,
e Pedro tem caibras no tornozelo esquerdo.
E aquela fantasia peregrina
que o assaltava, em novo
(quando a chama era alta e o calor
ondeava no seu peito),
de ver Inês em esquife,
de ver as suas mãos beijadas por patifes
que a haviam tão vilmente apunhalado:
fantasia somente,
fulgor que ele bem sabe ser doença
de imaginação.

O seu desejo agora
era um bom bife
de javali macio
(e ausente desse horror de derreter
neurónios).

Mais sábia e precavida (sem três dentes
da frente),
Inês come, em sossego,
uma papa de aveia.

Ana Luísa Amaral

O poema foi transcrito do blog “O Mar parece azeite” que devem visitar, se não quiserem acabar como eu a comer papas de aveia ao pequeno-almoço.

Breakfast

Mesa de pequeno-almoço para dois do blog What should I eat for breakfast today.


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A teoria do amor

Os psicólogos que eu conheço são muito ponderados, assertivos e cerebrais.

Tanto que, às vezes, conseguem irritar-me mas, na maior parte das ocasiões, aprendo muito com eles.

Robert Sternberg, psicólogo norte-americano, desenvolveu a teoria triangular do amor.

Racionalizar o que é profundamente/intimamente emocional não deixa de ser um desafio, nem que seja para desconstruirmos tudo de seguida.

Segundo a “Teoria do Amor”, é necessário que existam três componentes para uma história de amor feliz: intimidade, paixão e compromisso.

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O psicólogo inglês Frank Tallis explica, muito resumidamente, numa entrevista, que para um amor ser consistente são necessários os três parâmetros referidos por Robert Sternberg:

1- “-paixão, tem de haver atracção sexual, que não dura para sempre;

2- intimidade, temos de gostar da pessoa; é mais do que ser amigos, é preciso haver um sentido de proximidade;

3- tem de haver compromisso mútuo.

É uma fórmula simples mas consistente porque, quando algo de errado acontece, percebemos que algum destes três indicadores falhou. Por exemplo, se só tivermos a intimidade mas não houver atracção sexual, então é uma relação fria.”

Parece tão fácil, não?

Uma check list com apenas três pontos!

Ou um triângulo das Bermudas onde podemos afundar?

A entrevista a Frank Tallis, no Público 

Fotografias no IGNANT.

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