Quando penso nos álbuns de fotografias, vem-me sempre à memória o triste “Retrato a branco e preto” de Tom Jobim.
Comecei a fazer um álbum de retratos quando a Beatriz nasceu. Um álbum repleto de “lembranças felizes do passado para bem tratar meu coração”, ao contrário do sofredor Jobim.
Entretanto os anos passaram, mudámos de meridiano e as imagens foram-se acumulando no computador, arquivadas em frias pastas numeradas.
Sete anos mais tarde, debati-me com a dificuldade de seleccionar e acabei por imprimir 500 (!) fotografias, o que é um sinal claro dos nossos tempos excessivos. Bem… e um sinal da minha incapacidade de hierarquizar o que quer que seja relacionado com os afectos.


Reviver momentos tão felizes foi retemperador. Nestas imagens, ainda vivíamos na Figueira, a Beatriz tinha dois anos e a Branquinha tinha cauda.
Mudámo-nos, entretanto, para Estremoz e comprei, na Terrugem, um álbum consentâneo com a alteração de morada.


Por enquanto, sou eu a única entusiasmada com os álbuns, mas acredito que a Beatriz irá gostar de rever-se/nos mais tarde.

Comprei ainda outro álbum mais vulgar, o que foi uma dificuldade, pois as papelarias da cidade deixaram de vender álbuns em papel.



Acredito que, no futuro, a Beatriz irá participar na construção dos álbuns e julgo que eu, quando for velhinha, vou pedir-lhos emprestados e, durante umas belas horas, rejuvenescer.