“Le souvenir est le parfum de l´âme” – (George Sand).


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Certezas

A voragem dos dias provoca tamanho sorvedouro na minha vida que me cercam partículas, num raio mínimo de 1 km.

Deito-me e levanto-me na poeira.

À noite, pesam-me os sedimentos que não encontraram o seu lugar.

Chamam-lhe insónia.

A escuridão mais assustadora é a que encontro no peito quando fecho os olhos.

A intensidade do amor e a luz dos livros são a minha única possibilidade de redenção.

Perfilei, aleatoriamente, os livros que me esperam na prateleira de cima do escritório e tranquilizo-me com Afonso Cruz.

Ainda vou ser muito feliz.

“Por vezes, os livros que não são lidos podem assumir um ar acusador. Muitos leitores sentem alguma culpa quando olham para as pilhas de livros por ler. No meu caso, considero estes livros uma possibilidade de ser livre: não tenho apenas um livro para ler, tenho muitos, e isso permite-me escolher o próximo[…]. No fundo, concordo com Jules Renard quando escreveu em Notas sobre el Oficio de Escribir: «Quando penso em todos os livros que tenho para ler, tenho a certeza de ainda ser feliz».”

Também foi por causa de Afonso Cruz e desta entrevista incrível a Bernardo Mendonça que ouvi, depois de tantos anos, esta música de Chico.

Sobre a rotina, precisamente.

E esta! Para os corações mais sensíveis ouvirem em noites de insónia!

Ou talvez não.

Os corações sensíveis terão mais dificuldade em conciliar o sono e podem despertar a sua “llorona”.

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