Estremoz é uma pequena cidade do interior do Alentejo, características que proporcionam muitas vantagens, como uma invulgar qualidade de vida no dia-a-dia, mas também alguns riscos.
Sempre temi que a Beatriz fosse demasiado perscrutada na sua individualidade, sancionada nas suas vivências e, eventualmente, limitada nos seus sonhos.
Talvez não venha a acontecer, porque esta pré-adolescente tem-se revelado muito destemida, determinada e uma pertinaz ativista dos direitos humanos. Seja como for, depois de dois anos insólitos, este ano achei que ela (e eu!) precisava do bulício das cidades de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Há cidades acesas na distância,
Magnéticas e fundas como luas,
Descampados em flor e negras ruas
Cheias de exaltação e ressonância.
Há cidades acesas cujo lume
Destrói a insegurança dos meus passos,
E o anjo do real abre os seus braços
Em nardos que me matam de perfume.
E eu tenho de partir para saber
Quem sou, para saber qual é o nome
Do profundo existir que me consome
Neste país de névoa e de não ser.

Foram duas semanas muito intensas, de muitos quilómetros, muitas conversas e de muitos abraços.
Expedita nas novas tecnologias, esta miúda revelou-se uma copiloto extraordinária.
Já não há estrada que me assuste.
Daqui, vamos juntas até à Lua…
Pelo menos enquanto ela quiser passear estes caracóis com a Mãe.
4 de Setembro de 2022 às 22:40
Uma doce parceria! 👍
5 de Setembro de 2022 às 18:16
A melhor 🙂
16 de Novembro de 2022 às 12:28
A minha parceria com a minha mãe durou incríveis 14 anos e foi a melhor das companhias. Adorava deixar tudo para lá e ir às ruas com ela, de mãos dadas. As vezes, sinto falta disso.
Aproveitem por mim, um bocadito.
Bacio
18 de Novembro de 2022 às 20:22
Não há nada melhor do que passear de mãos dadas nessa cumplicidade mãe-filha!
Compreendo que sinta a falta. Como não?
Obrigada pela confiança da partilha!
Bacio!