Natalia Ginzburg nasceu em Palermo, em 1916.
No ensaio que dá o nome ao livro, descreve um modelo de educação assente nas grandes virtudes em detrimento das pequenas virtudes.
O que são as grandes virtudes?
Como distingui-las das pequenas?
“No que se refere à educação dos filhos, penso que lhes devem ser ensinadas não as pequenas virtudes, mas as grandes.
Não a poupança, mas a generosidade e a indiferença pelo dinheiro;
não a prudência, mas a coragem e o desprezo do perigo;
não a astúcia, mas a franqueza e o amor da verdade;
não a diplomacia, mas o amor ao próximo e a abnegação;
não o desejo de sucesso, mas o desejo de ser e de conhecer.”
Neste ensaio de Natalia Ginzburg, surgem ainda reflexões que subscrevo e procuro alcançar na relação com a minha companheira de há 12 anos. Não sigo uma cartilha moralista, mas espero sempre que, pelo exemplo e pelos temas discutidos, a Beatriz interiorize a importância de agir com ética.
“A educação não é mais do que uma certa relação que estabelecemos entre nós e os nossos filhos, um certo clima em que florescem os sentimentos, os instintos, os pensamentos.”
“Hoje que o diálogo se tornou possível entre pais e filhos […] é necessário que nos revelemos, nesse diálogo, tal como somos: imperfeitos; confiantes em que eles, os nossos filhos, não se nos assemelhem, sejam mais fortes e melhores do que nós.“
“[…] eles devem saber que não nos pertencem, mas que nós sim lhes pertencemos“.
“Talvez a única possibilidade real que temos de lhes prestarmos algum auxílio na busca de uma vocação, é termos nós próprios uma vocação, que conhecemos, amamos e servimos com paixão: porque o amor pela vida gera amor pela vida.”
Fotografias: do fotógrafo ganense, Prince Gyasi, IGNANT