Depois de ter sido mãe, ganhei consciência da importância de zelarmos pelos nossos vizinhos e dinamizarmos um espírito comunitário, no local onde vivemos.
Iniciei-o na Figueira da Foz e trouxe-o para Estremoz.
No entanto, a zona antiga de Estremoz, onde vivo, não escapa à gentrificação.
Os edifícios históricos foram reabilitados e temos agora um bistrô, uma gelataria artesanal, um hotel com rooftop e um restaurante para a classe alta. Os vizinhos mais velhos morreram ou mudaram-se e, neste momento, temos esta chiqueza na praça, alguns serviços e pouquíssimos vizinhos. Por outro lado, o parque automóvel, embora intermitente, é de fazer inveja… a quem aprecia máquinas.
Apesar da questão da gentrificação ser discutida em Londres há anos, sobretudo com o caso do bairro East End, fiquei com a impressão de que ainda há bairros que escapam a esta descaracterização da paisagem urbana e humana em Londres.
Em East Dulwich, onde fiquei, senti-me num bairro londrino e li, nos roteiros, que o bairro mantém o “villagey feel“.
Vi lojas discretas, restaurantes de bairro e poucos turistas.
A 30 minutos de autocarro do centro de Londres, esta zona foi uma excelente surpresa.
Há anos que recorro ao Airbnb.
Gosto de passar horas a ver fotografias e a ler as críticas.
Este rés do chão independente de uma família londrina encantou-me de imediato.
Bem mais bonito do que nas fotos, mas também mais pequeno, o apartamento fez-me pensar como uma família consegue viver numa casa tão minúscula! É francamente espaçosa para passar uns dias, mas seria um desafio para o dia-a-dia de uma pessoa que está longe de ser minimalista.
Esta é, relativamente a um hotel, a grande vantagem do Airbnb: perceber como vivem os nativos, ouvir as suas sugestões à margem de recomendações turísticas e sentir o seu dia-a-dia.
No fundo, é esta a grande vantagem de partir numa viagem: agarrarmos a incrível oportunidade de ver outras possibilidades de ser pessoa.
Semanalmente, há mercado neste bairro.
Outra grande surpresa de Londres foi a alimentação.
Há duas décadas, tive uma experiência angustiante no Reino Unido.
Temia, agora, pelo meu almoço e, sobretudo, pela minha dose diária de cafeína.
Tudo o que comi, desta vez, foi delicioso, embora absurdamente caro.
Andámos entre o Spinach, a pizzaria Franco Manca e a Boulangerie do bairro.
O café também me saiu excelente: double expresso.
Estas fotografias mais mundanas foram todas tiradas pela Beatriz que já anda com um telemóvel.
Finalmente, diz ela!
Que aflição, digo eu.
13 de Maio de 2023 às 18:22
Antes de ir a Londres, eu tb estava com receio da comida. Eu tinha ouvido tão mal sobre os gostos dos ingleses. Rsrs Afinal, foi uma agradável surpresa. E como vc, tudo que provei estava delicioso. Tb fiquei num airbnb e tive a mesma sensação.
14 de Maio de 2023 às 21:34
Comprova-se que é a melhor opção 🙂
23 de Maio de 2023 às 12:35
A comida inglesa segue sendo ruim. Uma das piores do mundo. Mas, eu recorri a pasta italiana e algumas padarias. Alguns bairros ingleses estão bem melhores. Lembro-me da preocupação com residencias minimalistas, moda francesa que chegou a São Paulo com o tal do plano diretor. Espaços menores, encolhidos, quase como uma peça de roupa. Lembra o meu quarto em Coimbra. rs
23 de Maio de 2023 às 15:25
Também recorri a um restaurante italiano 😉 A culinária italiana é incontornável!
Quanto aos quartos de Coimbra, também sei bem como são: um vestidinho apertado!