“Le souvenir est le parfum de l´âme” – (George Sand).

Neighborhood

4 comentários

Depois de ter sido mãe, ganhei consciência da importância de zelarmos pelos nossos vizinhos e dinamizarmos um espírito comunitário, no local onde vivemos.

Iniciei-o na Figueira da Foz e trouxe-o para Estremoz.

No entanto, a zona antiga de Estremoz, onde vivo, não escapa à gentrificação.

Os edifícios históricos foram reabilitados e temos agora um bistrô, uma gelataria artesanal, um hotel com rooftop e um restaurante para a classe alta. Os vizinhos mais velhos morreram ou mudaram-se e, neste momento, temos esta chiqueza na praça, alguns serviços e pouquíssimos vizinhos. Por outro lado, o parque automóvel, embora intermitente, é de fazer inveja… a quem aprecia máquinas.

Apesar da questão da gentrificação ser discutida em Londres há anos, sobretudo com o caso do bairro East End, fiquei com a impressão de que ainda há bairros que escapam a esta descaracterização da paisagem urbana e humana em Londres.

Em East Dulwich, onde fiquei, senti-me num bairro londrino e li, nos roteiros, que o bairro mantém o “villagey feel“.

Vi lojas discretas, restaurantes de bairro e poucos turistas.

A 30 minutos de autocarro do centro de Londres, esta zona foi uma excelente surpresa.

Há anos que recorro ao Airbnb.

Gosto de passar horas a ver fotografias e a ler as críticas.

Este rés do chão independente de uma família londrina encantou-me de imediato.

Bem mais bonito do que nas fotos, mas também mais pequeno, o apartamento fez-me pensar como uma família consegue viver numa casa tão minúscula! É francamente espaçosa para passar uns dias, mas seria um desafio para o dia-a-dia de uma pessoa que está longe de ser minimalista.

Esta é, relativamente a um hotel, a grande vantagem do Airbnb: perceber como vivem os nativos, ouvir as suas sugestões à margem de recomendações turísticas e sentir o seu dia-a-dia.

No fundo, é esta a grande vantagem de partir numa viagem: agarrarmos a incrível oportunidade de ver outras possibilidades de ser pessoa.

Semanalmente, há mercado neste bairro.

Outra grande surpresa de Londres foi a alimentação.

Há duas décadas, tive uma experiência angustiante no Reino Unido.

Temia, agora, pelo meu almoço e, sobretudo, pela minha dose diária de cafeína.

Tudo o que comi, desta vez, foi delicioso, embora absurdamente caro.

Andámos entre o Spinach, a pizzaria Franco Manca e a Boulangerie do bairro.

O café também me saiu excelente: double expresso.

Estas fotografias mais mundanas foram todas tiradas pela Beatriz que já anda com um telemóvel.

Finalmente, diz ela!

Que aflição, digo eu.

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Autor: Frasco de Memórias

http://frascodememorias.com

4 thoughts on “Neighborhood

  1. Antes de ir a Londres, eu tb estava com receio da comida. Eu tinha ouvido tão mal sobre os gostos dos ingleses. Rsrs Afinal, foi uma agradável surpresa. E como vc, tudo que provei estava delicioso. Tb fiquei num airbnb e tive a mesma sensação.

  2. A comida inglesa segue sendo ruim. Uma das piores do mundo. Mas, eu recorri a pasta italiana e algumas padarias. Alguns bairros ingleses estão bem melhores. Lembro-me da preocupação com residencias minimalistas, moda francesa que chegou a São Paulo com o tal do plano diretor. Espaços menores, encolhidos, quase como uma peça de roupa. Lembra o meu quarto em Coimbra. rs

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