“Le souvenir est le parfum de l´âme” – (George Sand).


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21 dias sem açúcar

Em Novembro de 2013, escrevi este post:
“Já falei da relação da minha Mãe com Jamie Olivier.

Mas não falei da minha…

O Jamie é comunicativo, despretensioso e bem intencionado.

Ganhou a minha admiração quando vi esta intervenção no TED: o minuto 12 fez-me tomar decisões importantes.

Vi ainda dois ou três programas em que ele tentava, desesperadamente, transformar a perigosa alimentação escolar americana.

Resolvi, então, que o açúcar não fazia parte da dieta alimentar da Beatriz.

Agora, com dois anos e oito meses, a Beatriz continua a consumir iogurtes naturais, bolachas Marinheiras e cereais sem açúcar.

Não gosta de bolo, nem de chocolate, nem de gelado ou de outras sobremesas.

Foi uma decisão pouco pacífica e que continua a gerar alguma polémica na família.

Na nossa cultura, tal como na música de Chico Buarque, o açúcar e o afecto rimam no mesmo refrão.”

 

A 1 de Abril de 2015, a SIC transmite esta excelente reportagem:

http://player.sicnoticias.pt/video/sicnot/2015-04-01-Grande-Reportagem-Interactiva-Somos-o-que-comemos-

“O açúcar é o pior veneno que podemos dar aos nossos filhos.”- Pediatra Júlia Galhardo.

“As crianças estão a consumir 20 pacotes de açúcar por dia [tendo em conta as rotinas alimentares das crianças que a pediatra acompanha no Hospital D. Estefânia]”.

“O fiambre tem açúcar, tudo o que é processado e vem em pacote tem açúcar”.

“Basta olhar para o rótulo!”

“Ice tea não pode existir numa casa com crianças!”- Pai de um menino com excesso de peso.

“O açúcar causa os mesmos problemas que o álcool […] pode desencadear cirrose e outras doenças metabólicas [como a arteriosclerose, diabetes, hipertensão, cancro] … [independentemente da criança manifestar excesso de peso]”.

“Aos 4 anos, 52% das crianças consomem diariamente refrigerantes” – Carla Lopes, professora e investigadora da Universidade dos Porto.

“37% das crianças entre os 12 e os 36 meses têm excesso de peso ou são obesas;

47% das crianças entre os 7/8 anos têm excesso de peso ou são obesas.

Na última década a incidência de diabetes aumentou 80% em Portugal.”

“O açúcar é aditivo: causa dependência. ”

“O primeiro mês  [sem açúcar] é muito difícil.” – Menino que pesava mais de 100 quilos.

 

A luta para retirar o excesso de açúcar da alimentação da Beatriz é cada vez mais dura.

O que escrevi em Novembro já não é actual:

A Beatriz foi para a escola, houve algumas alterações de hábitos alimentares com a nossa mudança para o Alentejo e o açúcar invade muito mais o nosso dia-a-dia do que há 18 meses.

Felizmente, a Beatriz gosta tanto de cenouras cruas ou mirtilos como de bolachas Maria ou bolo da Avó Silvana, mas continua a ser difícil travar essa luta no supermercado, numa vitrine de pastelaria ou em encontros familiares. E, é verdade, às vezes é mais fácil dizer “sim”.

E o exemplo dos pais?

A minha relação com este veneno branco não é exemplar.

Quando a Ana me apresentou o desafio 21 dias sem açúcar, a minha primeira reacção foi:

-Gostaria muito, mas é-me impossível.

Dias sem açúcar

-Vou tentar!

Mais do que subscrever radicalismos, quero estar ainda mais atenta ao que ingiro e quero ver até que ponto a minha relação com o açúcar é aditiva.

Vou partilhando a experiência: os sucessos e as derrotas!

O calendário é daqui.

Copio as “regras” da Mafalda para quem quiser acompanhar-me:

Não podemos ingerir açúcar.
Mesmo o amarelo!
O que podemos usar para adoçar?
Stevia (o das ervanárias em gotas ou pó) – sem dúvida a opção mais saudável. Mas aviso que não é para todos pois tem um sabor “de fundo”.
Xarope de ácer
Mel (daquele cremoso para ter a certeza que estamos a obter todos os nutrientes que vêm com ele)
Açúcar de coco (em moderação)
Geleia de arroz
Xarope de coco

Ter atenção aos rótulos. Ver se tem açúcar ou xarope de glucose.
Vão, infelizmente, reparar que há muitos alimentos que têm esta adição.

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Montinho

Há fins-de-semana tão produtivos que quase nos esquecemos de que são fins-de-semana.

No meio de 1001 tarefas e afazeres, esquecemo-nos de que temos dois dias por semana para parar, contemplar (-nos) e inspirar calmamente.

Ultimamente temos procurado esses momentos.

Infelizmente, explorar a fauna alentejana continua a ser a excepção.

Assim como encontrar estes sinais de trânsito em Portugal.

sinal

E as respectivas artiodáctilas em 3D.

vacas alentejanas

(Esta palavra faz-me sempre pensar em vacas a escrever à máquina.)

E artiodáctilas lãzudas.

ovelhas no Montinho

E qual será o grupo dos animais com membranas interdigitais?

patos no Montinho

Os sons da Natureza são as melhores baterias para semanas stressantes.

Melhor do que isso, só mesmo se nos ligarmos à terra.

deitada no Montinho

Transformar este passeio num hábito semanal é o desafio para 2015.

Deixando o Montinho


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Reis

Vieram da Pérsia, Índia e Arábia.

Trouxeram ouro, incenso e mirra.

Belchior, Gaspar e Baltazar.

Passaram por Monsaraz.

Rei Mago Belchior Monsaraz

E a Beatriz encontrou-os.

Rei Mago Monsaraz

Rei Baltazar Monsaraz

Quanto a mim, continuo encantada com Monsaraz.

Monsaraz paisagem

E os motivos de encantamento, numa altura em que tudo muda, felizmente mantêm-se.

Casa Tial

Todos.

Tapetes Monsaraz

Feliz Dia de Reis!


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Construir

2014 foi o ano de todas as construções, recuperações e transformações.

Construímos um novo lar.

Construí um novo quintal.

Reconstruí-me.

Recuperei antigos hábitos.

Repensei-me.

Reconstruímos o Frasco de Memórias.

Recuperei o amor que tinha pela minha profissão.

Construímos novas relações.

Redefinimo-nos.

muro de pedra

Em 2015, quero que todas as pedras do muro fiquem amarelas e aveludadas.

Quero um ano que me ajude a concretizar as mais belas transformações e a suportar as saudades da minha família materna e paterna.

Saudades da minha Mãe, do meu Pai, do meu Irmão, da minha Avó, da minha prima do coração, da minha Tia Alice,

da minha amiga Virgínia, da Raquel, do meu amigo Mário, das minhas amigas de Coimbra,

dos meus vizinhos.

Acho que se nomear os meus desejos, o Novo Ano não tem desculpa!

Feliz 2015!!!

Que se concretizem os vossos mais íntimos desejos!

 


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Árvore

No Cavaleiro da Dinamarca, de Sophia de Mello Breyner, foi o pinheiro, o mais alto pinheiro da floresta, que milagrosamente  se iluminou e salvou o Cavaleiro da escuridão.

árvore de Natal comestível

Desejo que, neste Natal, todos os pinheiros iluminados abracem a mesma missão!

Feliz Natal!


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Tempo

Prenda de Natal?

Nunca sei o que responder.

Não quero nada; assim de repente não estou a ver…

Bem, aquilo de que eu mais preciso não está à venda: uma hora extra por dia – para dormir, para ler livros com a Beatriz,

para conversar, para estar comigo, para vir ao blog, para ler, para me dedicar à fotografia, …

Se calhar, 4 horas extra por dia.

Gostava muito de começar a aprender fotografia: tenho quem me ensine mas ainda não tenho a disponibilidade.

Talvez uma máquina me ajudasse a dar esse passo.

Talvez.

Perguntei ao meu irmão, que perguntou ao Sérgio Azenha:

A máquina ideal para a Ana?

Esta.

máquina dos meus sonhos

 

“O autofocus dizem que é brutal, super rápido, o que é bom para tótós… 🙂

Podes comprar montanhas de lentes porque aceita também as lentes da Olympus.

Naturalmente também faz filmes e é espetacular nisso (vê sobretudo a parte à noite e com pouca luz)!

Se comprares a máquina não compres um cartão qualquer.

Aquilo precisa de um cartão rápido para ser bom. A boa notícia é que não são muito caros mas têm de ser muito bem escolhidos.”

 

Foram estas as recomendações do meu irmão; gostei especialmente da parte dos totós: é esta a minha máquina.

 

Não deve ser difícil encontrá-la; mais complicado será descobrir latas com muitas horas dentro para eu começar utilizá-la.


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Política

Quando alguém me fala dos empregos criados pelas grandes superfícies e pelas grandes empresas nacionais e internacionais,  eu penso em todos os empregos que se perderam, todas as lojas de bairro que fecharam, todas os pequenos produtores e intermediários que foram cilindrados.

Se este discurso é de esquerda ou de direita, pouco me interessa.

Há muito que os meus actos políticos se distanciaram dos partidos.

E, quer tenhamos consciência ou não, a verdade é que quase todos os nossos actos são políticos.

margarida mf ceramista

Desde o que escolhemos tomar ao pequeno-almoço, à quantidade de sapatos que temos, à forma como nos deslocamos, ao que fazemos ao fim-de-semana (enchemos os centros comerciais?), aos móveis que compramos no IKEA, ao que decidimos reciclar e trazer para nossa casa; à música que ouvimos ou aos livros que lemos.

Comprar muito e barato ou pouco e mais caro também são decisões com implicações globais e, consequentemente, políticas.

mf ceramista

Optar por marcas brancas ou por marcas portuguesas com tradição faz a diferença entre nos “globalizarmos” ou mantermos a nossa identidade.

Mas são mais caras!

Pois são, porque implicam mais despesas.

Mas será que precisamos mesmo de comprar tantos pacotes/t-shirts/sapatos, …?

Acho que tomei a verdadeira noção das consequências dos meus atos, quando me reaproximei da terra, comecei a trabalhar com as mãos e quis deixar o mundo um local melhor para a minha filha.

Reduzi consideravelmente o consumo, reciclo roupa, móveis, tenho o carro mais velho dos parques de estacionamento das imediações e tento ser mais autónoma através da horta.

Consegui mudar todos os antigos hábitos e vícios?

Não, mas sei qual é o caminho.

mf ceramista 2

Todas estas peças tão bonitas e delicadas são deste atelier.

Esta entrevista é de alguém que levou esta experiência ao limite.


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Carta

Conheci a iniciativa The world needs more love letters: writing letters to complete strangers can make the world a better place!

Enviar e receber postais e cartas de Amor faz-nos muita falta.

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Durante muitos anos, escrevi cartas e postais.

Na minha família, fui uma das últimas resistentes.

Infelizmente, já não escrevo um postal há 5 anos.

Resolução para 2014: começar a escrever postais com a Beatriz.

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Para já, acho que 2014 precisa de ser bem recebido por todos nós e precisa de uma carta de Amor muito carinhosa, escrita a verde.

Talvez tenha sido o que faltou a 2013.

2013 acabou gasto, frio e cinzento.

Profissionalmente, foi, sem dúvida, o pior ano da minha carreira de 14 anos.

Mas, provavelmente por isso, foi o ano do nascimento deste blog e da loja.

E os meus amigos, a minha família e a outra metade do meu coração revelaram todo o seu Amor.

E a Beatriz começou a falar (muito) e tornou-se uma companheira incrivelmente amorosa e infinitamente apaixonante.

Quanto a 2014:

Esperámos muito por ti!

Bem-vindo!

Vou dar o meu melhor!

Be gentle!

Alegra-nos!

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Mais mensagens para este ano novinho?

Todas as imagens são do blog The World needs more love letters.


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Coração

Quando mudámos para Estremoz, para além de todas as preocupações próprias de quem muda para outra cidade a 300km, não parei de pensar nos meus gatinhos.

Numa primeira viagem, não consegui trazê-los e valeram-nos/lhes a D.Adélia, de manhã, e a minha Mãe, ao fim da tarde.

Levavam-lhes alimentos e carinho, mas eu sabia que eles estavam habituados a outras mordomias que eu nem sempre conseguia evitar…

gatinhos na cama

Felizmente não estava sozinha e a minha Mãe andava a pensar que estes gatinhos mereciam mais do que duas visitas diárias.

A D. Vitalina gostava de ficar com o Tito.

tito

Pensando bem, até poderia ficar com a Tita, também.

titos

E os dois irmãos já tinham uma casa cheia de afecto que os recebia.

E eu lembrava-me da Pretinha das meias brancas, a única separada dos irmãos, quando a D.Vitalina disse:

-E a pobre da irmã fica sozinha? Nem pensar. Também fica comigo!

Pretinha

Preciso de dizer como fiquei feliz?

Não podia ser melhor: os três gatinhos juntos, numa família que tem condições e vontade de ficar com eles!

E eu cheguei à conclusão que admiro muito as pessoas que colocam o coração à frente das suas conveniências…