Patine – do francês patine, do italiano patina, camada que recobre algo, velatura;
coloração natural ou conjunto de resíduos ou depósitos que, num objecto ou num imóvel mostram a marca do tempo e do envelhecimento.










Patine – do francês patine, do italiano patina, camada que recobre algo, velatura;
coloração natural ou conjunto de resíduos ou depósitos que, num objecto ou num imóvel mostram a marca do tempo e do envelhecimento.
A propósito da proliferação de programas de televisão hediondos que transformam as relações entre humanos num espectáculo sórdido;
A propósito desta fúria de publicar todos os momentos da vida, esquecendo o significado da palavra intimidade;
A propósito de declarações despudoradas nas redes sociais e #amordaminhavida / #morroporti;
surgem-me as palavras de Egito Gonçalves:
“Uma declaração de amor não é acontecimento do domínio público, uma baleia que vara na praia sob o sol dos desastres e convoca multidões, desalinhando hábitos quotidianos;
uma declaração de amor é um acto de grande intimidade que ergue um véu transparente de onde brotam mel e pássaros azuis. As palavras directas ou indirectas, ditas ou escritas, suscitam a carícia única, irrepetível, a leve percussão que desenha no silêncio a imagem do que se ama.
E assim terá de se guardar. Num lugar seguro onde os sismos não possam encontrar o mapa do tesouro. ”
Egito Gonçalves, O Mapa do Tesouro
As fotografias são da alemã Katharina Geber, do meu site de eleição IGNANT.
A Eliete tem quarenta e dois anos e uma vida aparentemente comum, uma “vida normal”, como escreve Dulce Maria Cardoso, na capa do seu último livro.
Quarenta e dois anos e uma “vida normal”… tal como eu.
“Quando acabei de me maquilhar no espelho da casa de banho e me vi depois no de corpo inteiro, fui surpreendida por uma mulher atraente. Não me pareceram trágicas as marcas dos mais de quarenta anos de vida, admirei o meu cabelo forte, apesar de saber as suas raízes a embranquecerem, e agradou-me que as rugas dessem algum mistério aos meus vulgares olhos castanhos. Fiz passar com vagar o indicador direito ao longo do contorno do meu rosto que, ao começar a indefinir-se, ganhava finalmente caráter. Descobri, como quem entrevê um velho conhecido ao longe, as minhas feições de jovem adulta. A jovem adulta que fora igual a milhões de jovens adultas de beleza mediana dera lugar a uma mulher que carregava uma história, e a minha história distinguia-me de qualquer outra. Até o dente torto que tanto me atormentou se afirmava agora único entre os sorrisos certos e demasiado brancos das clínicas de implantes espanholas. Não cheguei a enterrar o machado de guerra, mas aceitei as tréguas que o meu corpo a envelhecer me oferecia, se não nos podíamos separar teríamos de pelo menos arranjar maneira de ficarmos em paz, e quanto mais unidos estivéssemos mais imbatíveis seríamos perante os outros.”
Num arrebatamento saudável mas infantil, só me ocorre dizer que Dulce Maria Cardoso é, neste momento, a minha escritora preferida!
Sérgio de Almeida Correia argumenta no Delito de Opinião!
Nos dias que correm, qualquer figura pública publica um livro.
Infelizmente, nos dias que correm, o comum mortal é elevado ao estatuto de figura pública apenas porque aparece na televisão ou no youtube.
Ora nós sabemos que surgem as mais incríveis nulidades e aberrações na televisão e no youtube….
Mais espantoso ainda é que quem escreve um livro intitula-se escritor.
O total absurdo acontece quando os restantes o legitimam e também lhe chamam escritor.
A palavra banalizou-se e, há bem pouco tempo, ouvi dizer que o Gustavo Santos era escritor. O meu queixo caiu… e ainda lá está!
Mas o que é um escritor?
Não é, definitivamente, quem escreve livros.
A minha definição favorita é de Simone de Beauvoir:
“O escritor original, enquanto não morre, é sempre escandaloso“.
Mário de Carvalho salienta a função do escritor:
“O escritor faz um trabalho raro e único.
O escritor, tal como os outros artistas, é o garante de uma identidade nacional.
Todos os artistas que lidam com os sonhos dos homens merecem ser reconhecidos e mais bem remunerados que um gestor.”
Infelizmente, só um país com pouca formação literária pode usar a designação “escritor” indiscriminadamente.
Como não tenho por hábito aderir a folias carnavalescas, há dias em que acho mesmo que preciso de um cigarro!
Este é do fotógrafo Bobby Mandrup.
espaço reservado a desabafos tipo assim um bocadinho "crazy" "or not"
I traditori onesti
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Sara no mundo da Etnobotânica - O Homem e as Plantas
Vida na República Tcheca e viagens independentes pelo mundo
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Investigação, ensino e debate sobre temas queirosianos
por Lunna Guedes
de Inês Nogueira
Releitura do viver bem
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