Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.
Manuel António Pina, in Ainda não é o Fim nem o Princípio do Mundo. Calma é Apenas um Pouco Tarde
Do que mais gosto do Verão é da variedade de fruta que temos ao nosso dispor! Nesta altura, ficam umas tristes maçãs na fruteira que têm de ser aproveitadas.
Massa:
50g de manteiga amolecida + 25g de azeite
100g de farinha com fermento + 75g de farinha de trigo integral
50g de açúcar mascavado
1 ovo
75 ml de água
3 maçãs descascadas e partidas
Cobertura:
40g de açúcar mascavado
1 colher de chá de canela
20g de manteiga
1- Pré-aquecer o forno a 180ºC e untar uma forma de cerca de 20 cm de diâmetro e forrá-la com papel vegetal.
2- Misturar a farinha com a manteiga numa taça e trabalhar com a ponta dos dedos até obter uma massa granulosa.
3- Juntar o açúcar e misturar bem.
4- Incorporar o ovo e a água até que esteja uma massa cremosa.
5-Espalhar a massa no fundo da forma e colocar as maçãs sobre a massa.
6- Pincelar com a cobertura e levar ao forno, durante 35 minutos.
A receita original, com tudo a que temos direito, resulta num bolo mais voluptuoso que está no meu blog de receitas (e não só!) favorito, Flagrante Delícia, de Leonor de Sousa Bastos.
Com um lindo salto Lesto e seguro O gato passa Do chão ao muro Logo mudando De opinião Passa de novo Do muro ao chão E pega corre Bem de mansinho Atrás de um pobre De um passarinho Súbito, pára Como assombrado Depois dispara Pula de lado E quando tudo Se lhe fatiga Toma o seu banho Passando a língua Pela barriga
O poema de Vinícius de Moraes retrata os nossos companheiros de casa;
muito provavelmente, os gatos mais felizes do mundo.
Aos nossos olhos, são também os mais bonitos do mundo, claro.
Como a Beatriz não nos ouve – ela que zela para que os sentimentos felinos não sejam feridos – admito que este riscadinho franzino é o meu favorito.
Meu gato-sombra, acredito que está convencido de que sou mãe dele; uma mãe estranha e sem pelo, mas as mães não se escolhem, pensará ele, conformado… e, enfim, não conheceu outra!
Não sei como vivemos tanto tempo na Terra sem este manual de instruções.
Bem-vindo ao planeta Terra!
“Na vastidão do espaço, há uma pequena esfera que orbita uma estrela banal, de meia idade, num pacato recanto da Via Láctea.”
O primeiro capítulo aborda a formação da Terra com a humildade própria de quem se sabe demasiado insignificante para explicar algo tão grandioso como o Universo: são apenas apresentadas algumas teorias científicas.
Ficamos ainda a saber que nós, os humanos, somos feitos de “velho pó de estrelas”.
Fiquei totalmente rendida e todo o “velho pó das estrelas” que há em mim brilhou!
Outra chamada de humildade humana: vivemos na terceira rocha a contar do Sol.
O livro contém ainda capítulos sobre os vulcões e o clima, com explicações simples e muito visuais.
Desfilam ainda capítulos sobre a “Vida na Terra”, a “Árvore da Vida”, “Habitats Naturais”, “Plantas e árvores”, “Espécies raras” e “Espécies desconsideradas” mas super estrelas para a vida na Terra, como a abelha, o morcego ou a formiga.
Frases como esta situam-nos na história da humanidade:
“O homem bom é amigo de todas as coisas vivas!” de Mahatma Gandhi.
No entanto, os seres humanos surgem referidos na sua real dimensão para a vida no planeta: duas páginas.
Até que se impõe a última pergunta: Estaremos sozinhos?