“Le souvenir est le parfum de l´âme” – (George Sand).


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Obax

A Obax veio connosco da Feira do Livro de Estremoz.

Assim, cheia de pressa para chegar a casa e conhecer-nos.

Obax capa

Aprendi muito com este livro do nosso querido André Neves.

Aprendi que, para além de um ilustrador excepcional, André Neves cria narrativas maravilhosas: no sentido literário da palavra – mistura o real com a fantasia de uma menina somali.

Aprendi como se diz “flor” em Somali: Obax.

Aprendi a deixar-me levar pela mão da Beatriz e vi que a Obax também faz iogurte.

Obax 1ªpágina

Que vive num local mesmo bonito e amarelo, a cor favorita da Beatriz: o sítiol ideal para partilhar histórias.

Obax 2ªpágina

Vi que a Obax come granola.

Obax 3ªpágina

-Ah! Também come granola como nós, já viste?

-Pois é.

-Que estranho!

-Estranho, porquê, Beatriz?

-Porque ela é muito diferente.

-Achas? O que é que tu achas diferente?

-O nariz; não é como o nosso.

Obax 4ªpágina

Fiquei tão feliz por ver que a minha filha se acha tão próxima das meninas somalis; excetuando o pormenor do nariz nada a espantou.

Nem o facto da Obax andar num elefante!

Obax 5ªpágina

Nem o facto de Obax dar a volta ao mundo à procura de uma chuva de flores.

Não andámos todos durante a nossa infância?

Nos bons dias, ainda andamos, depois de crescidos.

 

E como se chamam as bolinhas do cabelo da Obax?

Birotes.

Obax 6ªpágina

Quanto à chuva de flores, ela caiu, quando “milhares de pássaros surgiram a riscar o céu da savana”.

O que é que eu tenho de fazer para encontrá-la nos meus dias?

Olhar mais para o céu e encontrar a chuva de flores que ainda vive em mim.

As personagens de André Neves são tão marcantes que, para além de nos ensinarem, tornam-se referências cá em casa.

Da editora Paleta de Letras.

 


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Amélia

A Amélia veio connosco da Biblioteca.

capa amélia

 

Foi criada por Tim Bowley e pelo nosso querido André Neves, o pai da Mara.

Como quase todas as crianças que conheço, esta menina quer um cão.

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Como quase todos os pais que conheço, este pai recusa tão exigente pedido.

A expressão de Amélia comove-nos a todos, excepto ao pai.

amélia 2

Decide, então, sugerir outros companheiros de quatro patas.

amélia 3

Sem sucesso!

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Propõe ainda companheiros sem patas…

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Pai inflexível!

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Até que finalmente o pai tem uma ideia genial e apaziguadora.

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Como seria de esperar de André Neves, a ilustração arrebata-nos.

E cruza, exemplarmente, os planos do real e da fantasia.

A narrativa de Tim Bowley não tem a profundidade de Orelhas de Borboleta, mas encanta a Beatriz (e a mim): a ideia de ter uma baleia ou um elefante como animal de estimação é irresistível!

E faz-nos pensar, a nós, adultos, que muitas vezes os pedidos das crianças são razoáveis.

Nós é que crescemos e ficamos rapidamente programadas para achar qualquer proposta que saia da rotina mirabolante.

Claro que não me refiro à baleia ou ao elefante…

Que saudades que eu tinha de escrever sobre um livro infantil!