“Le souvenir est le parfum de l´âme” – (George Sand).


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Praia Mar

Este é um livro cheio de Verão, de praia e de mar.
Com 35 cm de altura, obriga-nos a mergulhar nas ondas.
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Comprei-o quando a Beatriz ainda gatinhava e, nessa altura, o livro, aberto, preenchia-lhe o horizonte.

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Sem texto, Bernardo Carvalho leva-nos a “passear, a molhar os pés nas poças, a explorar as rochas onde se agarram os mexilhões e anémonas de muitas cores” (contracapa do livro).

Leva-nos ao prazer de estar na praia, desligar o botão “ter de” e parar.

E é esse o espírito que perpassa todo o livro.

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O resto é para inventar. Nós damos nome às personagens, inventamos relações familiares, reconhecemos o Avô nestes bigodes…

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Até que, “em menos de nada, já o azul inundou as páginas, fazendo-nos mergulhar” ( texto da contracapa).

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É um livro de Bernardo Carvalho e da Planeta Tangerina.

A minha dupla preferida.


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Um dia

Vai ficar assim, como este da Iris, do blog Snapshots of Home:

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Mas ainda está assim…

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A imagem assustadora é do móvel da minha bisavó Celeste.

Provavelmente vou manter esta cor.

Provavelmente vou admitir que não tenho tempo de uma vez por todas.

Provavelmente vou ter de contratar o Sr. Eugénio, carpinteiro.


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Menina

Quero ter o cabelo comprido para fazer penteados.

Já tenho.

Agora falta-me a paciência, o tempo e a disposição…

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Trabalho de casa para o fim-de-semana: treinar estes tutoriais do blog  A Cup of Jo.

O trabalho de casa revelado nestas fotografias são desse blog.


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Gris Neutre

A Margarida foi minha colega durante três anos.

Aprendi muito com ela nos últimos dois meses.

Quando viu o meu blog, escreveu:

“Le souvenir est le parfum de l´âme” – (George Sand, pseudónimo da baronesa Dudevant, Aurore Dupin).

Fiquei encantada e guardei esta frase no meu frasco de memórias mais precioso.

A Margarida é naturalmente elegante.

Não precisa de saltos, nem de acessórios dourados, nem de cores vibrantes, nem de maquilhagem, nem de cabelos compridos.

A Margarida tem um lenço que é como ela.

Não se impõe pelo ruído das cores nem da forma.

É Gris Neutre.

A marca nasceu do encontro entre a Sara Bento Castro (filha da Margarida), a Marisa Ferra e a Joana Oliveira: uma ilustradora, uma  fashion designer e uma antropologista.

Incontestavelmente reconhecidas, criam peças em pura seda desenhadas à mão.

Depois de terem viajado pelos mitos gregos, mergulharam nos mitos vietnamitas e criaram Beleza.

Não está aqui o lenço da Margarida.

Mas estas imagens Gris Neutre são quadros que ganharam asas e passeiam connosco.

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Há mais ilustrações da Sara no Behance e no Carbonmade.

E no FaceBook.


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Batixa

A T é minha amiga, é minha prima e é uma blog hunter.

Tem um talento invulgar para descobrir blogs imperdíveis que eu não conheço e que nunca viria a conhecer na vida.

Batixa foi um dos que segui com mais fervor, sobretudo na altura em que me mudei para a casa da minha avó.

Apresenta imagens muito originais e reais de blogs de todo o mundo, incluindo portugueses.

Sem texto.

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A corda, as molas, as fotografias e os desenhos já cá andam há algum tempo.

Os bancos hão-de aparecer.

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A minha cozinha não é assim (preciso de dizer “infelizmente”?).

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A cozinha do forno da minha avó já está mais colorida.

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E móveis antigos recuperados também já cá estão.

N.B. Todas as imagens do blog Batixa.


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O Bebé

Este livro, de 1972, é um dos livros da Biblioteca que já requisitámos mais vezes.

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Não sei até que ponto a Beatriz percebe o que este bebé anda a fazer dentro da barriga da mãe, mas gosta muito deste livro e fica sempre muito atenta quando eu faço o paralelo com a nossa história.

Este bebé, como qualquer outro que vive dentro do útero da mãe, anda tranquilo e feliz, até que percebe que, um dia, todos esperam que ele nasça.

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Todos os elementos da família tentam convencê-lo com programas e estratégias mais ou menos aliciantes.

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Até que o pai chega e traz o Beijo…

A história, da americana Fran Manushkin, fala-nos do Amor e da forma de vida mais pura que existe: a do bebé.

A ilustração, do premiadíssimo Ronald  Himler, a preto e branco, ganha um destaque inesperado no fundo ocre que surge em cada duas páginas.

As personagens lembram-nos uma época já passada, mas são extremamente expressivos. Recordam-nos que os sentimentos de que nos fala o livro são universais e intemporais.

E é esse também o encanto deste livro!

A editora: a extinta Sá da Costa.


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A casa da actriz

Mudança rima com insegurança.

No meu caso, mesmo quando o entusiasmo e a alegria tomam conta de mim, a apreensão permanece latente.

Quando a mudança é imposta, a apreensão deixa de ser dissimulada e mistura-se com angústia e ansiedade.

A minha adaptação aos locais, às pessoas, aos projectos, é lenta e gradual.

Geralmente, também é profunda.

Com estas características, como é que sobrevivi a 17 mudanças compulsivas de casa?

Com angústia, na adaptação; e com angústia, no momento da despedida.

Houve casas, com um espírito tão forte e tão apaixonante, que saltei a primeira “angústia”.

A casa da minha Avó Rosa é o caso perfeito desse sentimento.

Mas nem incluo esta casa no rol das mudanças, foi um regresso. A casa onde fui sou pequenina.

Uma casa nova implica uma mudança de cenário, uma nova personagem, uma representação de uma peça desconhecida, cheia de imprevistos e peripécias.

Ao longo de 17 casas, representei muitos papéis, contracenei com muitos actores, vivi muitas vidas, brilhei e sucumbi a vários desfechos.

Agora, acertei no meu cenário e protagonizo o meu melhor papel.

Este foi o cenário onde comecei a ensaiar.

Foi na torre, em Avis, que vivi os primeiros meses de gravidez.

Durante alguns meses, estive, de facto, mais perto do Olimpo.

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O nome da minha filha.

Só para tranquilizar-vos: quando referi as mudanças excessivas de casa e usei a palavra “compulsivas” não significa que sofra de uma perturbação que me leve a andar sempre a fazer e a desfazer malas  e caixotes; foi mesmo por obrigação profissional e, poucas vezes, pelas circunstâncias da vida.


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Totoro

Totoro, de Hayao Miyasaki, é um filme de culto da Beatriz. E meu.

Vimo-lo mais de 100 vezes.

Partilhei, com grande prazer, a primeira hora do filme, nas primeiras 50 visualizações.

Encanta(m)-me:

– a originalidade e inteligência evidentes na construção da narrativa;

– a forma como é transmitida a passagem do tempo;

– a evolução da relação entre as personagens: os afectos crescem de forma naturalmente contida, mas profunda;

– o facto da música caracterizar as personagens;

– os mundos mágicos criados pelas irmãs e reforçados pelo pai;

– as imagens e as cores: sempre que primo a Pause, a imagem que fica no ecrã podia ser a página de um livro infantil;

– as protagonistas: o facto de serem meninas é irrelevante; contêm a essência das crianças;

– o realizador e todos os filmes que já realizou;

– o Studio Ghibli.

O que mudou nas nossas vidas:

– sabemos dizer bolota, esquilo e cânfora em japonês;

– o Totoro visita o nosso pátio e é responsável pelo crescimento das plantas;

– agradecemos aos espíritos do pátio que nos protegem;

– fazemos danças estranhas quando acontece alguma coisa que nos agrada especialmente;

– desenhamos Totoros por todo o lado.

Resumindo, somos fortes candidatos a um internamento compulsivo no manicómio…

E estou ansiosa por reincidir: